Cerca de 5 mil pessoas são portadoras do vírus HIV na região de Ribeirão Preto
Medidas como educação sexual nas escolas tentam diminuir os casos de contágio entre os jovens

Cerca de 5 mil pessoas são portadoras do vírus HIV na região de Ribeirão Preto

Principais infectados pela doença são homens com idades entre 40 e 49 anos

Das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), as provocadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) ainda são as que mais provocam internações na região de Ribeirão Preto, representando mais de 87% do total. Entre 2008 e 2017, foram realizadas 6.324 internações por DSTs no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo 5.531 por HIV.

Os dados são do Boletim Saúde do Ceper/Fundace, baseados nos indicadores do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DataSus). Durante o período analisado, foram internados 3.858 homens e 2.466 mulheres com DSTs, sendo contabilizados 555 óbitos (65% do público masculino). Somente em 2017, das 37 mortes registradas por doenças sexualmente transmissíveis, 33 foram causadas por doenças relacionadas ao vírus HIV.

Ribeirão Preto e Serra Azul lideram o ranking das cidades na região com maior número de internações provocadas por doenças sexualmente transmissíveis. A cada 10 mil habitantes, cerca de 6 pessoas são internadas anualmente por DSTs. Outra cidade da região que chama a atenção é Cajuru, com média de 4,8 pessoas, a cada 10 mil habitantes, internadas a cada ano.

Os números são considerados alarmantes por especialistas da área, já que as doenças sexualmente transmissíveis são preveníveis e ainda há muitos jovens, adultos e idosos, de todas as classes sociais e opções sexuais, que ignoram o risco e acreditam que jamais serão vítimas de alguma DST.

Prevenção constante

Com relação a medidas de prevenção, a Secretaria Municipal de Saúde informa que são oferecidos testes para os diagnósticos em todas as Unidades de Saúde e nos cinco centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), medicações de Profilaxia Pós Exposição (PEP) e Profilaxia Pré exposição (PREP), além dos preservativos masculinos, femininos e gel lubrificante

Por meio de nota, a pasta também informou que são realizados atendimentos da populações mais vulneráveis pela equipe do consultório na rua e o monitoramento dos casos recém diagnosticados até o início do tratamento. 

Para a sexóloga Larissa Mamedes, apesar da quantidade de projetos públicos voltados para a prevenção, a educação e conscientização sexual ainda é uma das melhores soluções. "Esses dados nos levam a pensar que a questão principal é a conscientização do indivíduo a respeito de sua responsabilidade sobre suas escolhas; se o parceiro não quer usar camisinha, por exemplo, cabe ao indivíduo decidir se vai topar a relação sob esse molde", explica Larissa.

Além disso, a especialista também observa que as campanhas de prevenção devem ser realizadas durante todo o ano e não somente com enfase durante o carnaval. "Também devemos refletir sobre a necessidade de projetos que atinjam a faixa  que compõe o maior grupo de risco. As campanhas que mais  abrangem pessoas de varias idades ocorrem no período do carnaval, mas nos períodos que antecedem ou sucedem esse evento, como fica?", conclui.

Educação Sexual

A reportagem do Portal Revide também questionou sobre como a prefeitura gerencia a educação sexual nas escolas municipais. A Secretaria da Saúde informou que, por meio do Programa de DST/Aids/Tuberculose/Hepatites Virais, já iniciou no primeiro semestre de 2018 as atividades do “Projeto Conversação: Conversas e ação para prevenção das DST/Aids e gravidez na adolescência”.

O projeto foi desenvolvido no segundo semestre de 2017 e conta com a parceria da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP e apoio da Diretoria de Ensino de Ribeirão Preto. O projeto surgiu da preocupação com o crescente aumento dos casos de infecção pelo HIV entre os jovens e adolescentes em Ribeirão Preto, ultrapassando os 200% entre meninos de 15 a 19 anos, entre 2007 e 2015.

“O objetivo é unir forças para o enfrentamento dessa epidemia em jovens, compreendendo a escola como um espaço privilegiado para o estabelecimento de ações favoráveis à promoção da saúde, valorização da vida, formação integral e o exercício da cidadania”, esclarece a nota.

 


Foto: Pixabay

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