Cirurgia de jovem que perdeu o couro cabeludo deve durar sete horas
Cerca de dez profissionais irão trabalhar simultaneamente durante a cirurgia

Cirurgia de jovem que perdeu o couro cabeludo deve durar sete horas

Cirurgia será realizada neste sábado, 24, no Hospital Especializado de Ribeirão Preto

Neste sábado, 24, a equipe do Hospital Especializado irá realizar a etapa mais importante do tratamento da auxiliar de educação infantil Débora Stefani. A reconstrução do couro cabeludo da jovem deve durar, aproximadamente, sete horas e contar com dez profissionais trabalhando simultaneamente.

Débora teve o couro cabeludo arrancado durante uma corrida de kart em Recife, na terça-feira, 13. O cabelo dela foi puxado por uma engrenagem do veículo, que arrancou parte da pele da testa e do couro cabeludo.

Um primeiro implante chegou a ser feito na cidade da jovem, mas foi rejeitado cerca de 48 horas depois. Como opção, ela poderia realizar o tratamento nos Estados Unidos ou em Ribeirão Preto. Todos os custos são pagos pela rede de hipermercados, onde funcionava o kart.

Nessa primeira etapa, considerada a mais importante, os médicos irão implantar parte de um músculo das costas, na região do couro cabeludo. Com o acidente, Débora perdeu todas as camadas de pele e músculos do crânio. Além do implante, os especialistas também irão realizar a ligação do tecido com os vasos sanguíneos e a artéria do pescoço. 

O cirurgião Marco Maricevich, que vive nos Estados Unidos, veio para Ribeirão Preto, exclusivamente, para tratar desse caso. Segundo ele, a jovem terá equipamentos e profissionais que não deixam a desejar em nada frente aos dos EUA.

Débora deve ficar cerca de seis semanas em recuperação após essa cirurgia. Todas as etapas do tratamento devem levar cerca de dois anos. Ao todo, aproximadamente 20 cirurgias, menores do que a deste sábado, devem ser feitas.

Segundo o cirurgião Daniel Alvaro Alvarez Lazo, todos os esforços da equipe estão direcionados, nesse primeiro momento, para afastar qualquer risco à saúde da jovem. "Primeiro a vida, depois questões estéticas", comentou.

Concluídas todas as etapas, Débora terá que utilizar uma peruca, já que o cabelo não voltará a crescer devido à perda das camadas de pele do couro cabeludo.

Mais comum do que se imagina

Acidentes semelhantes não são novidade para a equipe do Hospital Especializado. Segundo Lazo, cerca de dois casos semelhantes ocorrem por semana."Principalmente na região Norte, com o transporte em embarcações precárias", explicou. 

Por isso, o cirurgião Alex Fioravanti garante que a equipe que realizará a cirurgia neste sábado é a mais indicada. "Estamos acostumados a realizar esse tipo de procedimento. Realizamos cirurgias parecidas toda a semana", afirmou.


Foto: Paulo Apolinário

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