Com 80% do procedimento concluído, irmãs siamesas já falam e movimentam as pernas
Gêmeas passaram pelo terceiro procedimento cirúrgico no último sábado, 4

Com 80% do procedimento concluído, irmãs siamesas já falam e movimentam as pernas

De acordo com equipe médica do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, quarta e última etapa da cirurgia de separação deve ser adiantada de novembro para outubro

A separação das irmãs gêmeas siamesas Maria Ysabelle e Maria Ysadora, de dois anos de idade, está com 80% do procedimento realizado, de acordo com o neurocirurgião Helio Machado, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP). A equipe médica que está cuidando da separação das irmãs explicou, nesta segunda-feira, 6, quais são os próximos procedimentos que devem ser realizados.

No último sábado, 4, as irmãs passaram pela terceira cirurgia do complexo trabalho de separação que vem sendo realizado pelos médicos do HC. A expectativa da equipe médica é de que a próxima cirurgia - a quarta e última – ocorra no mês de novembro, no entanto, existe a possibilidade de que seja adiantada em outubro.

Antes disso, elas passarão por outro procedimento, que deve ocorrer no dia 1º de setembro, para implantação de expansores na cabeça, uma espécie de bolsa, em que será aplicado um soro, que, segundo os cirurgiões, ajudará no desenvolvimento de pele na nuca das meninas, que será utilizada no procedimento de cirurgia plástica, após a separação.

“A partir de duas semanas após a implantação desses expansores, ele será inflado com soro através de uma válvula, e, com isso, a pele vai ganhando volume. Quando ele chegar ao volume máximo, imaginamos que a pele ganhe área”, explica o cirurgião Jayme Farina, que acredita que as irmãs fiquem com esses expansores por até quatro semanas. Os equipamentos serão retirados na última cirurgia.

‘Crianças comuns’

Segundo a equipe, as meninas já falam e, inclusive, começam a querer brincar. De acordo com a pediatra Maristela Bergamo, as meninas estão movimentando as pernas e manifestando a vontade de andar, embora estejam impossibilitadas, em razão da situação que vivem. Todavia, elas têm encontrado formas de driblar a situação, como pegar os brinquedos favoritos com os pés.

“Elas brincam e se mexem como crianças de dois anos comuns, sem nenhuma complicação por conta da situação delas. Óbvio que elas têm uma dificuldade, elas permanecem deitadas, estão crescendo, então fica mais difícil ainda. Mas elas começam a querer a andar, movimentar as perninhas, uma ajuda a outra se empurrando. Elas brincam bastante, pegam brinquedos, estão falando ‘papai’, ‘mamãe’, então a parte de desenvolvimento delas é muito satisfatória”, declarou a pediatra.

As duas meninas permanecem internadas na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) infantil, se recuperando da cirurgia do último sábado. Porém, de acordo com os médicos, devem receber alta até o final desta semana.

 


Foto: Arquivo Revide

Compartilhar: