Confira seis mudanças de hábitos que ajudam a prevenir o câncer
Oncologista do InoRP fala sobre comportamentos que aumentam o risco da incidência de câncer

Confira seis mudanças de hábitos que ajudam a prevenir o câncer

No Dia Mundial de Combate à doença, especialista alerta para comportamentos do dia a dia e dá dicas sobre como reduzir os riscos

Estimativas do Centro Internacional para Pesquisa do Câncer (IARC), instituição internacional ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que aproximadamente 18 milhões de diagnósticos de câncer foram feitos no mundo durante 2018, um aumento de 28% se considerado o levantamento anterior, de 2012, que indicava 14 milhões de casos reportados.

Em cenário de progressão da doença, o Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado neste 8 de abril, reforça a perigosa relação entre hábitos pouco saudáveis da nova geração e o potencial aumento nos índices de tumores entre a população com menos de 30 anos.

"Para frear as estatísticas crescentes dos últimos anos de novos casos de câncer é necessário rever nossos hábitos de vida, por isso o incentivo à prática constante de exercícios físicos, dieta equilibrada, consumo moderado de bebidas alcoólicas, não fumar e outras medidas simples devem fazer parte do nosso dia a dia", explica Cristiane Mendes, oncologista do InORP Grupo Oncoclínicas, de Ribeirão Preto. No Brasil, o número de novos casos de câncer deve ultrapassar a marca dos 600 mil registros neste ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Segundo a médica, iniciativas essenciais devem ser colocadas em prática não somente para a qualidade de vida e bem-estar geral, mas também como aliadas no processo de tratamento para pessoas diagnosticadas com a doença e outras condições como diabetes e hipertensão. "O sobrepeso e o sedentarismo estão no topo dos fatores que afetam especialmente a saúde da geração de adultos nascidos nos anos 1990", reforça a médica.

Confira abaixo detalhes sobre os principais fatores que podem contribuir para o surgimento do câncer e mudanças de hábitos que ajudam a afastar o risco.

Tabagismo: Estimativas apontam que 75% dos casos de câncer de pulmão são decorrentes do uso do tabaco e os fumantes têm cerca de 20 vezes mais risco de desenvolver a doença. Além disso, o cigarro também é responsável pelo aparecimento de tumor na cabeça e pescoço.

Etilismo: Pesquisa publicada no Alcohol and Alcoholism mostra que basta uma dose de bebida alcoólica por dia para aumentar o risco das mulheres desenvolverem câncer de mama em 5%. A conclusão é parte de uma revisão de 113 estudos feita por pesquisadores da Alemanha, França e Itália. Para mulheres que bebem mais – três ou mais doses por dia – o risco de ter a doença aumenta em 50%.

Sedentarismo: Mais de um terço dos jovens brasileiros está acima do peso, de acordo o Ministério da Saúde e, esse fato, leva a um risco maior de desenvolver doenças como colesterol alto, diabetes e hipertensão arterial. A recomendação da OMS é que pessoas de 18 a 64 anos pratiquem pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana – ou, em média, pouco mais de 20 minutos por dia.

Infecções Virais: As doenças sexualmente transmissíveis, apresentam índices elevados de contágio pelo chamado papilomavírus humano – conhecido como HPV - mais comum tipo de infecção sexualmente transmissível em todo o mundo, o vírus atinge de forma massiva a população feminina - 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida. Após o contágio, ao menos 5% dessas brasileiras irá desenvolver câncer de colo do útero em um prazo de dois a dez anos, uma taxa alarmante. Além do HPV, existem algumas infecções virais que também podem estar relacionadas ao aparecimento do câncer. A hepatite B e C, por exemplo, podem desenvolver o câncer de fígado. Já o HIV pode ser responsável por tumores hematológicos como linfoma.

Exposição Solar: Em geral, as pessoas costumam relacionar os casos de câncer de pele exclusivamente ao melanoma, mas 95% dos casos de tumores cutâneos identificados no Brasil são classificados como não melanoma, um índice que está diretamente relacionado à constante exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol.

Obesidade: O excesso de peso corporal durante a vida adulta pode ser considerado como um fator para o surgimento do câncer. Um estudo publicado pela The Lancenet Public Health sugere que as taxas de incidência de cânceres associados à obesidade estão aumentando mais rapidamente em jovens adultos entre 25 e 49 anos nos Estados Unidos. Dos subtipos existentes da doença, ao menos 14 têm seus riscos aumentados pelo sobrepeso e obesidade: mama, cólon, reto, útero, vesícula biliar, rim, fígado, ovário, próstata, mieloma múltiplo, esôfago, pâncreas, estômago e tireoide.


Foto: Divulgação

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