Conselho de Medicina veta cesárea antes de 39 semanas
Promover partos antes da 39ª semana pode acarretar problemas nos pulmões, fígado e cérebro

Conselho de Medicina veta cesárea antes de 39 semanas

A norma se distingue na segurança do feto; Médico que desrespeitar a regra poderá sofrer sanções

O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou uma nova resolução nesta segunda-feira, 20. As mulheres que quiserem fazer uma cesárea, sem necessidade médica, vão ter que esperar até a 39ª semana de gestação. A decisão não é lei, porém o médico que desrespeitar a regra poderá sofrer penalidades. Antes desta resolução, o CFM considerava fetos maduros aqueles entre 37 e 42 semanas de gestação.

Segundo o conselho, a nova decisão trata-se de ‘caráter ético’ que busca assegurar a integridade do feto, pois assim se tornará mais seguro o parto cesariano, considerando aval médico. O prontuário da grávida deverá conter obrigatoriamente a informação da opção pelo cesárea em linguagem de fácil compreensão, algo que não era claramente exigido até o momento.

Nas primeiras consultas de pré-natal, o CFM orienta que médico e paciente discutam de forma exaustiva sobre benefícios e riscos tanto do parto vaginal quanto da cesariana, bem como sobre o direito de escolha da via de parto pela gestante.

De acordo com o pediatra e segundo secretário do conselho, Sidnei Ferreira, a escolha do tipo de parto como decisão conjunta entre médico e gestante é bem-vinda, devendo ser respeitado o desejo da mulher. “Entretanto, não se pode perder de vista que o mais importante é preservar a saúde e a vida da mãe e do concepto”, afirma.

Problemas

De acordo com as análises apresentadas pelo conselho, promover partos antes da 39ª semana pode acarretar problemas nos pulmões, fígado e cérebro, provocando desconfortos respiratórios, icterícia e até lesões cerebrais.

O presidente do CFM, Carlos Vital Correa Lima, explica a mudança. “Nessas últimas semanas são desenvolvimentos delicados que acontecem, por exemplo, no fígado, pulmão e até mesmo no cérebro. Então, essas crianças poderiam nascer sem o amadurecimento necessário e sujeitas a uma série de dificuldades em face disso", diz.


Foto: Jaelson Lucas

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