CRF-SP Alerta sobre riscos de mistura entre alcool e medicamentos durante o Carnaval

CRF-SP Alerta sobre riscos de mistura entre alcool e medicamentos durante o Carnaval

A recomendação é que a população sempre procure a orientação de um farmacêutico antes de ingerir qualquer medicamento, principalmente se estiver consumindo bebidas alcoólicas

O Carnaval é sinônimo de festa, alegria e, para muitos, de consumo de bebidas alcoólicas. No entanto, a mistura de álcool com medicamentos pode gerar consequências graves para a saúde, como hemorragias, taquicardia e náuseas. O alerta é do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), que destacou as combinações perigosas que podem ocorrer durante as festividades.

 

O CRF-SP explica que, mesmo medicamentos isentos de prescrição, como analgésicos e anti-inflamatórios, não devem ser consumidos sem orientação. A recomendação é que a população sempre procure a orientação de um farmacêutico antes de ingerir qualquer medicamento, principalmente se estiver consumindo bebidas alcoólicas.

 

Um dos alertas mais graves envolve a venda dos chamados "kits ressaca", embalagens com vários medicamentos misturados, com o intuito de ajudar a aliviar os efeitos do álcool. Esses kits são proibidos pela Anvisa e devem ser denunciados, uma vez que podem trazer sérios riscos à saúde.

 

Combinações perigosas

O CRF-SP detalhou algumas combinações que devem ser evitadas:

  • Com calmantes: Misturar álcool com medicamentos que atuam no sistema nervoso central, como barbitúricos e benzodiazepínicos, pode resultar em coma e insuficiência respiratória, devido ao aumento do efeito sedativo.
  • Com antibióticos: Certos antibióticos, como o metronidazol, quando combinados com álcool, podem causar efeitos como taquicardia, náuseas e vômitos. O uso de metronidazol, por exemplo, requer que o paciente espere 72 horas após o término do tratamento para consumir bebidas alcoólicas.
  • Com anticonvulsivantes: O uso combinado com álcool aumenta o risco de intoxicação e diminui a eficácia do medicamento contra crises de epilepsia.
  • Com anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs): O consumo conjunto de AINEs, como ibuprofeno e ácido acetilsalicílico, com álcool, aumenta o risco de úlceras gástricas e sangramentos. Sintomas como fezes escurecidas ou tosse com sangue devem ser tratados com urgência médica.
  • Com anti-hipertensivos: Medicamentos como atenolol podem causar queda acentuada da pressão arterial quando misturados com álcool, levando a tonturas, desmaios e alteração no pulso.
  • Com antialérgicos: A combinação com álcool pode aumentar os efeitos sedativos e causar tonturas, sonolência e prejuízo na coordenação motora, prejudicando a capacidade de julgamento.
  • Com antidiabéticos: O uso de medicamentos para controle do diabetes com álcool pode provocar reações adversas, como náuseas e até inibir o efeito dos antidiabéticos com o uso contínuo de álcool.
  • Com paracetamol: A ingestão simultânea de paracetamol e álcool é extremamente perigosa, pois pode causar danos graves ao fígado.

 

Cuidados com a cafeína

A cafeína, frequentemente consumida junto ao álcool, também deve ser ingerida com cautela. O consumo excessivo de cafeína com bebidas alcoólicas pode agravar a desidratação e intensificar os sintomas da ressaca no dia seguinte.

 

Dicas de segurança

O CRF-SP orienta que, para evitar esses riscos, o melhor é dar um intervalo de, pelo menos, uma hora entre o consumo de uma dose de álcool e a ingestão de qualquer medicamento. Isso permite que o fígado metabolize a bebida antes de processar o remédio, minimizando as chances de interações prejudiciais.

 

Atenção para o período carnavalesco

Com a chegada do Carnaval, as festas e o consumo de bebidas alcoólicas aumentam significativamente. Por isso, o CRF-SP reforça a importância de se informar sobre os riscos e sempre buscar a orientação profissional antes de consumir qualquer medicamento junto com álcool. Prevenir é sempre o melhor caminho para garantir um carnaval saudável e seguro.

 

Sobre o CRF-SP

O Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) é a maior entidade fiscalizadora de estabelecimentos farmacêuticos no Brasil, com mais de 70 mil fiscalizações anuais e 83.500 profissionais registrados. O CRF-SP é responsável pela habilitação dos farmacêuticos e pela regulamentação da prática farmacêutica no estado.


Foto: divulgação

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