Data reforça a importância da realização do Teste do Pezinho em bebês
Teste do pezinho é realizado após o nascimento do bebê no hospital ou maternidade

Data reforça a importância da realização do Teste do Pezinho em bebês

Teste detecta 6 doenças que podem ser fatais ou impactar no desenvolvimento infantil

Nesta terça-feira, 6, é comemorado o Dia Nacional do Teste do Pezinho, que detecta 6 doenças genéticas, metabólicas endócrinas e hematológicas. Em 2022, foram 121.053 bebês nascidos vivos na rede SUS estadual dos cerca de 510 mil nascidos em todo o estado. São Paulo conta com 1.785 postos de coleta e são diagnosticados, em média, 1.500 bebês portadores das seis doenças raras detectadas pelo Teste anualmente.

 

Esses exames, parte do programa de Triagem Neonatal (TNN) do estado, detectam doenças potencialmente fatais ou de grande impacto no desenvolvimento infantil. De acordo com a Dra. Carmela Maggiuzzo Grindler, coordenadora estadual do Programa Nacional de Triagem Neonatal do estado de São Paulo, “a Triagem Neonatal escreve novas histórias de vida para essas crianças, mudamos a história natural de suas doenças e damos a elas a inclusão social, antes delas completarem um mês. Elas não sabem disso, mas nós da TNN ficamos felizes com sucesso do nosso trabalho”.

 

A triagem neonatal é a estratégia em Saúde Pública para testar universalmente todos os recém-nascidos para doenças comumente referidas como erros inatos do metabolismo (EIM). Mesmo sendo potencialmente fatais, todas estas doenças são assintomáticas. As crianças com Hipotireoidismo congênito e Fenilcetonúria iniciam seus tratamentos entre a segunda e a terceira semana de vida, as com Doença Falciforme e Fibrose Cística em até 60 dias do parto, as com Deficiência de Biotinidase em até 30 dias e as com Hiperplasia Adrenal Congênita em até 14 dias. O TNN também é responsável por disponibilizar o tratamento e acompanhamento médico aos bebês diagnosticados por toda a vida.

 

No estado, há três laboratórios responsáveis por realizar os exames recebidos dos pontos de coleta em hospitais e maternidades onde são realizados os partos e Unidades Básicas de Saúde, onde o exame pode ser feito posteriormente. O Instituto Jô Clemente atende 64% da demanda do SUS e 95% dos exames realizados na rede privada e de saúde complementar, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Unicamp realiza 21% dos exames e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (HC-FMRPUSP), 15%.

 

O Teste do Pezinho é realizado em 85% dos recém-nascidos na maternidade ou hospital onde é feito o parto e em 90% ocorre dentro da primeira semana de vida do bebê. O resultado dos exames na rede SUS sai em poucas horas, enquanto na rede privada o prazo mínimo é de 24 horas. Quando os resultados são inconsistentes, a mãe é procurada para a realização de um novo teste.

 

Ampliação

 

A ampliação do Teste do Pezinho para incluir a detecção de outras doenças foi determinada por lei federal no ano passado, e sua implementação está em curso no estado de São Paulo. Atualmente, o exame de Toxoplasmose congênita, previsto para a primeira fase de ampliação do Teste, é realizado apenas em 91 postos de coleta da capital, que enviam o material coletado para exame no Instituto Jô Clemente. O laboratório realiza todos os exames no momento, mas o HC-FMRPUSP e o HC Unicamp já pactuaram a compra dos kits necessários e estão aptos a fazer os exames.

 

Em uma segunda etapa, da implantação do teste do pezinho ampliado, serão acrescentadas as testagens para galactosemias, aminoacidopatias, distúrbios do ciclo da ureia, distúrbios da beta oxidação dos ácidos graxos (deficiência para transformar certos tipos de gorduras em). Na terceira etapa ficarão as doenças lisossômicas (que afetam o funcionamento celular), na quarta etapa, as imunodeficiências primárias (problemas genéticos no sistema imunológico) e na quinta etapa começará a ser testada a atrofia muscular espinhal (degeneração e perda de neurônios da medula da espinha e do tronco cerebral, resultando em fraqueza muscular progressiva e atrofia). O prazo previsto na lei para a implementação do Teste do Pezinho ampliado é de cinco anos.

 


Edilson Rodrigues/Agência Senado

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