De olho no coração: em época de Copa do Mundo, crescem os riscos de infarto
O cardiologista e especialista em hipertensão Fernando Nobre explica o motivo do aumento neste período

De olho no coração: em época de Copa do Mundo, crescem os riscos de infarto

Pesquisa realizada pela USP de Ribeirão Preto indica que os números são maiores durante o Mundial do que em qualquer outra época do ano

Pesquisadores da Universidade de Ribeirão Preto (USP), campus de Ribeirão Preto, constataram que os riscos de infarto no período de Copa do Mundo são maiores do que em qualquer outra época do ano. Durante o campeonato mundial de futebol, os casos crescem cerca de 4%.

O estudo mostra que as taxas de infarto entre os meses de maio e julho, durante as copas de 1998 e 2010, foram superiores entre os pacientes atendidos em unidades de emergência.

O cardiologista, responsável pelo Serviço de Cardiologia do Hospital São Francisco de Ribeirão Preto, Fernando Nobre, explica o motivo de os riscos aumentarem neste período. “Nas condições de estresse e nervosismo que a Copa traz, há maior contração das artérias com tendência a aumento da pressão arterial por liberação de adrenalina, com batimentos cardíacos que aumentam com o estresse emocional”, explica Nobre.

Outra pesquisa mostra maior ocorrência de infarto e derrame cerebral na Inglaterra após a final da Copa de 1998, quando a equipe do país foi derrotada nos pênaltis pela Argentina.

Pesquisadores de Santa Catarina e Rio Grande do Sul avaliaram alterações causadas por assistir partidas de futebol em pessoas que já sofreram um infarto. Das dezessete pessoas estudadas, a pressão arterial foi significantemente maior quando assistiram a uma partida de futebol, quando comparada com a experiência de assistir a uma comédia.

O que pode agravar ainda mais as chances de infarto é o estresse intenso e consumo abusivo de bebidas alcoólicas, prática comum nessas épocas. “Manter um equilíbrio emocional sem abusar de bebidas e alimentação pode auxiliar a se prevenir contra esses riscos. Acho que podemos nos valer do bordão comumente usado, 'Aprecie com moderação'", diz Nobre.


Sob supervisão de Marina Aranha.


Foto: Pixabay

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