Desafios dos novos profissionais da saúde
Foto: Freepik

Desafios dos novos profissionais da saúde

Profissionais recém formados na área da Saúde devem enfrentar um novo mercado de trabalho marcado pela pandemia, pela necessidade de constante aperfeiçoamento e pelo uso das redes sociais

Quem se formou recentemente ou está para concluir algum curso da área da Saúde vai enfrentar novos desafios no mercado de trabalho. A pandemia trouxe diversas mudanças, entre elas, as restrições nos semestres finais para esses universitários e as faculdades, que precisaram se adaptar para concluir seus cursos com excelência.

Além disso, o uso das redes sociais por profissionais da saúde para divulgar seus serviços e a necessidade constante de aperfeiçoamento ajudam a marcar essa nova era. Em Ribeirão Preto, as instituições de ensino que oferecem graduações na área conseguiram se adaptar às mudanças para garantir um ensino de qualidade para seus alunos. Para o diretor e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Rui Alberto Ferriani, o campus da Universidade de São Paulo (USP) no município é essencialmente ligado à saúde. “O grande diferencial da USP é que ela é a maior universidade da América Latina, muito ligada em critérios científicos, por seus docentes e o nível de formação de seus alunos da graduação, pós-graduação e toda atividade de pesquisa.

Nosso campus fornece profissionais para a cidade, a região e todo o país. É importante frisar que hoje, pelos critérios que nós temos de vestibular, 50% dos alunos entram na USP pelo sistema de cotas, garantindo mais diversidade”, ressalta. Ele acredita que o principal desafio dos novos profissionais da área será se enquadrar em um mercado com uma tendência a um marketing muito grande, para divulgar seu trabalho em redes sociais. “Isso tem gerado ações em saúde com alguns profissionais não tão éticos e eu diria que a população até corre certo risco na mão deles. Por isso, é sempre importante ter a evidência científica e procurar profissionais que tenham esse tipo de formação, que transmitam segurança e seriedade aos pacientes”, recomenda. Ferriani também disse que a pandemia foi um período tenso na formação dos estudantes da saúde, pois eles necessitam de um contato de treinamento muito grande, mas que as atividades não pararam na USP.


A reitora da Unaerp, Suzelei de Castro França, afirma que a instituição prima pela qualidade e investe na sinergia do ensino, da pesquisa e da extensão. “A instituição tem vocação e tradição de ensino que a qualifica para essa fundamental e complexa área educacional da saúde. Contamos com um corpo docente de alto nível, com doutores pesquisadores que transitam entre a pós-graduação e a graduação. A infraestrutura tecnológica instalada propicia a consecução de projetos pedagógicos de amplo alcance e produção científica-acadêmica relevante. Com a pandemia, todo o setor educacional está passando por modificações, especialmente o ensino superior, devido ao enorme progresso do conhecimento científico, sobretudo na área de genômica, no desenvolvimento de vacinas e recombinantes. Com essas conquistas, a formação na área de saúde passou a receber, por parte da sociedade, grande valorização e ainda mais expectativas. Pudemos ver que a ciência pode ser muito bem feita aqui no Brasil”, explica. Ela comenta que a pandemia marcou toda uma geração de profissionais de saúde que chega ao mercado neste momento. “A consciência da dimensão humana e a relação humanizada em suas práticas profissionais, competências tão valorizadas hoje no mercado de trabalho, são diferenciais indispensáveis para que os jovens egressos superem os desafios do exercício profissional em saúde”, salienta.


De acordo com a reitora do Centro Universitário Barão de Mauá, Valéria Tomás de Aquino Paracchini, para proporcionar aos estudantes uma formação de excelência na área de saúde, os cursos da faculdade primam pela articulação entre teoria e prática na resolução de problemas e pelo contato com a vivência profissional, realizando atividades práticas em campo de estágios por meio de parcerias em hospitais públicos e privados, na rede municipal de saúde, clínicas e laboratórios. “Os cursos contam com um corpo docente altamente qualificado de mestres, doutores e docentes com pós-doutorado atuantes no mercado de trabalho, além de uma infraestrutura de laboratórios com tecnologia de ponta para o desenvolvimento de competências e habilidades requeridas”, evidencia. Ela considera que profissionais da área de saúde enfrentam desafios de várias naturezas, portanto, é preciso compreender que somente com uma formação qualificada eles conseguem vencê-los. Em relação à pandemia, Valéria disserta que o período trouxe reflexões acerca das fragilidades humanas físicas e emocionais. “Exigiu resiliência, controle emocional e preparação física dos profissionais para os momentos mais desafiadores. Além disso, ficou muito clara a importância da ciência e da qualificação profissional no enfrentamento de um problema de magnitude global”, analisa. Para a reitora, os novos profissionais da área precisam desenvolver, ao longo de sua formação, tanto competências técnicas, que irão qualificá-los para a resolução de problemas, quanto atitudinais e comportamentais, que permitem que estabeleçam uma relação saudável com o ambiente de trabalho.

Segundo a coordenadora geral do curso de Medicina da Estácio Idomed Ribeirão Preto, Carla Campos Petean Silva, o diferencial da faculdade é a formação pautada na atuação de médicos com competências compatíveis em qualquer área da Medicina. “O foco é ressaltar o espírito médico e humanístico, associado à percepção de sua responsabilidade social e torná-lo capaz de compreender e atuar no SUS, nos seus diferentes níveis e serviços, com o compromisso da melhoria da qualidade de vida da população”, especifica. Para os novos profissionais da área, ela calcula que o maior desafio é acompanhar a evolução das diversas áreas da Medicina, com a responsabilidade de promover seu autoaprendizado contínuo e análise crítica, utilizando-se de evidências científicas confiáveis, para promover o melhor cuidado ao paciente de forma individual e integral. Já a pró-reitora acadêmica do Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto, Renata Quenca Bassan, defende que o atual modelo de ensino da faculdade é inovador, tornando o aluno protagonista do seu processo de aprendizagem. Ela diz que a formação continuada é um ponto sensível para profissionais de saúde. “O mercado de trabalho da área é intenso e requer organização da rotina para se dedicar aos cursos de especialização e aperfeiçoamento. Além disso, é preciso cuidar da saúde mental. Devido à jornada intensa e aos novos desafios emanados do período pós-pandemia, os profissionais precisam de autocuidado”, garante. Renata acredita que o atendimento remoto e as interações a distância se tornam grandes desafios, mas também grandes possibilidades em tempos atuais. “O profissional bem preparado conseguirá alinhar as novas oportunidades sem perder a sensibilidade que a profissão exige”, finaliza. 


Fotos: Mariana Rocha, Luan Porto e Divulgação

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