Dia da Hanseníase é lembrado nesta segunda-feira, 25

Dia da Hanseníase é lembrado nesta segunda-feira, 25

A prevalência em Ribeirão Preto chega a 1,65 caso para cada 10 mil habitantes, taxa três vezes maior do que a Estadual

Instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS), este dia 25 é uma data para combater uma das doenças mais antigas e esquecidas pela humanidade, a hanseníase. Sem distinção de classe econômica, é uma enfermidade passiva de evolução dentro de casa.

A prevalência da hanseníase em Ribeirão Preto chega a 1,65 caso para cada 10 mil habitantes, taxa três vezes maior do que a Estadual, que é de 0,5 caso para cada 10 mil habitantes. O número do município também supera o índice nacional, de 1,42 caso para 10 mil. Enquanto isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza 1 caso para cada 10 mil habitantes para considerar a doença sob controle.

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), Marco Andrey Cipriani Frade, a grande arma para combater esta doença está nas mãos da população, por meio das informações. Porém, esta enfermidade ficou esquecida no País.

“Se, por um lado, a hanseníase é curada com tratamento simples, gratuito em todo o Brasil, por outro, não são raros os doentes que perdem movimentos, têm outros comprometimentos graves apenas por causa da desinformação”, disse.

Ele afirma ainda que a hanseníase também evolui, assim como as outras doenças, e o País precisa investir em mais recursos para o tratamento e diagnóstico preciso.

O que é hanseníase?

A doença que apresenta alterações na pele, como a percepção de manchas esbranquiçadas, incolores ou avermelhas, tem característica crônica e é infecciosa. A enfermidade também provoca perda de sensibilidade, uma vez que atinge os nervos condutores das sensações. Como sentir a diferença entre frio e quente.

Hanseníase atinge principalmente a pele e os nervos, e é causada por uma bactéria, chamada Mycobacterium leprae, descoberta em 1873. E tem um período longo para se desenvolver, que leva em torno de cinco a dez anos de incubação e suas manifestações.

O presidente da SBH destaca que o maior combate é contra o preconceito. “Até mesmo cidadãos esclarecidos, personalidades renomadas em suas áreas, empregam termos derivados de hanseníase ou lepra como adjetivos com conceito negativo”, relata.

Frade completa que hanseníase é uma doença, não uma (des)qualificação de alguém. O tratamento é simples no estágio inicial, em média, seis meses de ingestão de medicamento via oral. A transmissão do bacilo causador da doença dá-se somente por contato muito próximo, por via oral, como o beijo.

O doente pode conviver com seus familiares e conhecidos, utilizar os mesmos copos ou talheres, pois o bacilo não sobrevive ao meio aéreo por muito tempo. Ao iniciar o tratamento, o paciente já não transmite mais a doença.

Prevenção

Para minimizar o crescimento da doença e desmistificar o assunto, a SHB promove ações de treinamento de atualização de profissionais em várias cidades do País. Nessas atividades, a busca é ativa por novos casos, como a peregrinação a aldeias, vilarejos, lugares esquecidos, comunidades desfavorecidas no interior do Brasil, onde a informação não chega.

Frade explica que é preciso que as empresas disponibilizem a informação aos seus colaboradores, ou por meio da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), assim como as escolas tratem do tema em suas disciplinas e os planos de saúde atualizem seus profissionais de saúde.

“A sociedade precisa abraçar esta causa, por causa dos 30 mil novos casos por ano de hanseníase, principalmente em jovens abaixo de 15 anos, o que significa que a doença está entre familiares, colegas de escola e amigos, como um número alarmante”, completa.

 

Fotos: Arquivo Pessoal

Compartilhar: