Dia Mundial de Combate à Aids é celebrado nesta sexta-feira, 1
Lucas Raniel convive há quatro anos com o vírus HIV e atualmente explica sobre a doença nas redes sociais

Dia Mundial de Combate à Aids é celebrado nesta sexta-feira, 1

Os primeiros casos da doença em Ribeirão Preto foram registrados em 1984, porém só foram registrados em 1987

Nesta sexta-feira, 1, é celebrado o Dia Mundial de Combate à Aids, mas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os números ainda aumentam entre os jovens de 18 a 24 anos e entre os idosos acima dos 60. Isso se deve pelo “despertar” do vírus, o que pode demorar anos para acontecer, e pela falta de prevenção.

Os primeiros casos de Aids em Ribeirão Preto surgiram em 1984, porém só foram registrados em 1987.

O vírus HIV pode ser transmitido por meio do sangue, secreção vaginal, esperma e leite materno. Essas constatações se devem a análises dos casos já registrados. Em muitas situações, os sintomas demoram anos para aparecer.

O tratamento para a doença, que ainda não tem cura, tem se tornado cada vez mais eficaz, aumentando a expectativa de vida dos portadores do vírus HIV.

Na data de celebração ao Dia Mundial de Combate à Aids, ainda há trabalho a ser feito. O jovem Lucas Raniel tem 25 anos e há quatro convive com o vírus. “Na época, eu chorei bastante, tive uma tentativa de suicídio e foi algo muito pesado. Minha mãe me ajudou muito. Demorei um tempo para conseguir contar para as minhas amigas e aos familiares”, conta, ao se lembrar da época em que recebeu o diagnóstico.

Atualmente, Raniel tem uma vida normal: trabalha em uma loja de varejo, sai com os amigos e viaja com a família. Há quatro anos, não era bem assim. “Depois que eu descobri, tive que testar os coquetéis, e hoje estou na terceira adaptação do medicamento”, comenta.

O coquetel é a forma como é chamado o conjunto de medicamentos que o portador de HIV precisa ingerir diariamente. Eles servem para manter a saúde e imunidade do paciente e também fazem com que o vírus entre em um estado de “hibernação”. São várias as combinações de remédios e cada organismo aceita uma combinação diferente. Por isso, cada paciente precisa fazer o teste até achar o que funciona.

O corpo de Raniel aceitou os medicamentos na terceira tentativa. Em razão disso, os médicos consideram que o vírus é indetectável, o que quer dizer que ele não está agindo no corpo e, por isso, não pode ser transmitido.

Desde 2015, o vendedor age intensamente para conscientizar as pessoas na internet. “As pessoas agem como se o HIV fosse um monstro, mas não é bem assim. Há como conviver bem portando o vírus. O governo entrega tudo de graça para a gente: exames, remédios, apoio psicológico e o que mais for preciso. Você só tem que se aceitar para seguir em frente”, afirma.

“As pessoas não se preocupam com o uso de preservativo. Isso é um grande problema. As pessoas precisam entender que há várias doenças que podem ser transmitidas quando não há uso de preservativos”, comenta Raniel, alertando para a prevenção.

O ideal é que as pessoas com a vida sexual ativa façam exames a cada seis meses, como uma das formas de prevenção. Além disso, o uso de preservativos é indispensável.

Medicamento para prevenção do HIV em Ribeirão

Desde o mês de maio deste ano, o Governo Federal anunciou que o medicamento Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) será disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).  Esse remédio serve para a prevenção do HIV. O Brasil é o primeiro país em desenvolvimento a implantar o tratamento no SUS. As informações são do Ministério da Saúde.

A intenção desse medicamento é diminuir a transmissão do vírus. Já existem estudos sobre esse tema no Hospital das Clinicas da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, há três anos. Ao todo, 500 pessoas são estudadas ao utilizar o medicamento, e assim que a eficácia for totalmente comprovada, a Profilaxia Pré-Exposição será implantada em 12 cidades. Com o tempo, será ampliada para todos os municípios do Brasil. As primeiras cidades serão: Ribeirão Preto, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Manaus, Brasília, Florianópolis e Salvador. As pioneiras foram selecionadas em razão dos maiores índices de portadores do vírus HIV.

Colaboração de Juliana Leal.


Foto: Amanda Bueno

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