Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência é comemorado nesta quinta, 21
Ismênia cuida todos os dias de seu filho, Rafael, que tem paralisia cerebral e auditiva

Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência é comemorado nesta quinta, 21

Pais e profissionais da saúde compartilham esforços e dedicação para uma melhor qualidade de vida de quem porta algum tipo de deficiência

Neste dia 21 de setembro é celebrado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, data que chama a atenção para a maior inclusão social de portadores de deficiência no Brasil.

Instituída pela iniciativa de movimentos sociais em 1982, a data comemorativa só foi oficializada em julho de 2005, pela Lei Nº 11.133. Segundo o Censo de 2010, 45 milhões de pessoas possuem pelo menos um tipo de deficiência no Brasil, totalizando praticamente um quarto da população do País. Quanto maior esse número, maior é a necessidade de que o grupo tenha uma estrutura e acompanhamentos adequados para se adaptar à sociedade.

"Nosso objetivo é melhorar a funcionalidade dos portadores de deficiência junto a suas famílias e cuidadores, para que tenham uma boa vida dentro e fora de casa", diz Marcelo Riberto, chefe de reabilitação do Hospital das Clínicas. Ele enfatiza que o essencial é mudar o ambiente em que a pessoa vive e preparar bem os que cuidam dos deficientes, com orientações adequadas sobre alimentação e como se comportar em situações de emergência.

Ismênia Mendes é bancária e mãe de Rafael, de dois anos e seis meses de idade. Ele possui paralisia cerebral e auditiva, em decorrência de sequelas oriundas da gravidez. Após ficar 52 dias na UTI, Rafael começou a fazer sessões de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional logo aos seis meses de vida. "O início do processo de reabilitação foi de muitas incertezas, pois não sabíamos como ele iria reagir aos estímulos, mas aos poucos fomos vendo o quanto ele dava respostas, se esforçava e isso nos encheu de alegria e esperança", comenta a mãe.

Ismênia acrescenta que o auxílio da família e sua redução na carga horária ajudaram muito no tratamento da criança. Hoje, Rafael demonstra muita alegria, estudando em uma escola regular e fazendo terapia uma vez por dia. "Ter um filho com deficiência é um desafio diário, pois a conduta da família em encarar a situação de forma responsável e ao mesmo tempo leve fazem toda a diferença para o sucesso do tratamento", ela completa, dizendo que seu objetivo é ver Rafael ter grandes conquistas no futuro.

Outra história de superação é a de Sofia, filha do administrador de empresas Fabrício de Freitas, que teve repercussão nacional no ano passado. Após o nascimento da criança, foi constatado que ela tinha Síndrome de Down, além de uma obstrução no intestino e precisaria de cirurgia. Duas semanas após o parto, a mãe do bebê, Flávia, morreu em razão de uma parada cardíaca. Uma grande campanha por leite materno foi promovida para ajudar Sofia e acabou auxiliando muito mais crianças que necessitavam do alimento.

Hoje, com um ano e quatro meses, Sofia é acompanhada por profissionais da saúde diariamente. "Temos apenas um período de folga durante a semana e, além dos terapeutas, minha família e dois ajudantes cuidam dela. É desgastante, mas todos são extremamente competentes e nos orientam para estimularmos a Sofia tanto dentro quanto fora de casa", explica Fabrício.

O Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência busca, acima de tudo, a igualdade social das pessoas deficientes entre a sociedade. Para Marcelo Riberto, ainda há legislações e modos de pensamento da sociedade para mudar, apesar de existirem leis que favorecem os portadores de deficiência no Brasil. "Tem que haver uma mudança de atitude da população e do poder público, uma maior prática das leis que estão vigentes e uma estrutura melhor adaptada à vida dessas pessoas", conclui o médico.


Foto: Amanda Bueno

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