Durante pandemia, exames de mamografia na rede municipal caem 50% em Ribeirão
Segundo a Secretaria da Saúde, até o mês de setembro, 297 novos casos de câncer de mama foram diagnosticados em Ribeirão

Durante pandemia, exames de mamografia na rede municipal caem 50% em Ribeirão

Prevenção contra doença é um dos principais alertas da campanha Outubro Rosa

A pandemia impactou no volume de exames preventivos contra o câncer de mama em Ribeirão Preto. Dados da Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto mostram que, entre os meses de janeiro e setembro de 2020, foram realizadas 4.544 mamografias pela rede na cidade. Comparado com o mesmo período do ano passado, quando o número foi de 8.999 exames, houve uma queda de 50% na realização do exame. Já no ano de 2019 todo, foram realizados 14.064 mamografias na cidade.

Neste mês, a prevenção contra a doença é um dos principais alertas da campanha Outubro Rosa. O movimento destaca, principalmente, a importância do diagnóstico precoce na luta contra esse tipo de câncer, que é o mais incidente em mulheres no Brasil, depois do câncer de pele não-melanoma. E neste ano a mensagem é ainda mais importante pois o câncer não pode esperar.

"Na situação atual, existe sim um certo receio de procurar o médico e realizar exames, mas precisamos ter consciência que as outras doenças, como o câncer, não vão esperar a pandemia acabar. É necessário estar atento aos sinais, realizar os exames e caso precise, consultar um especialista para avaliação. Por isso, neste ano, a Campanha Outubro Rosa é ainda mais importante. O diagnóstico precoce pode salvar vidas", afirma Diocésio Andrade que é oncologista e diretor técnico do InORP Oncoclínicas.

Ainda de acordo com a Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto, até o mês de setembro, 297 novos casos de câncer de mama foram diagnosticados na cidade. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que para o triênio (2020-2022) no Brasil serão 66.280 novos casos novos diagnosticados ao ano.

Diagnóstico precoce

O câncer de mama, assim como outros tipos de câncer, se descoberto em seu estágio inicial, tem mais chances de tratamento e de cura. No caso das mamas, o autoexame, aquele feito em casa pela própria mulher, não anula o acompanhamento periódico por um especialista e a realização da mamografia, ressalta Diocésio. "Toda mulher deve conhecer seu corpo e estar ligada aos sinais que possam surgir como nódulos geralmente indolores na mama ou axila, pele avermelhada ou retraída, alterações no mamilo e saída espontânea de liquido anormal. Mas só o autoexame não é o suficiente. A mamografia é o único método de diagnóstico que demonstrou eficácia na detecção precoce do câncer de mama e deve ser realizada por todas as mulheres, a partir dos 40 anos, uma vez ao ano, por tempo indeterminado. No caso de pacientes do SUS, a normativa é a cada 2 anos entre os 50 e 69 anos. Para as mulheres com histórico familiar da neoplasia, o exame é indicado antes mesmo dos 40 anos, porém com uma acurácia menor devido a densidade das mamas nesta faixa etária", explica o médico.

O exame consiste em um raio-X no qual a mama é comprimida e permite que sejam identificados desde microcalcificações agrupadas até nódulos espiculados infracentimétricos confirmando lesões iniciais. Após constatada qualquer alteração, o especialista avalia e indica o melhor tratamento para cada caso. "As chances de cura no caso das mamas pode chegar em até 90% quando o tumor é descoberto no início. Os tratamentos disponíveis hoje são menos invasivos, o que melhora em muito a qualidade de vida e a retomada dessa mulher à sua vida normal", acrescenta.

*Com informações da assessoria de imprensa do InORP Oncoclínicas


Foto: Marijana1 por Pixabay

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