Especialista esclarece mitos e verdades sobre o câncer do colo de útero
Confira os mitos e verdades sobre a doença

Especialista esclarece mitos e verdades sobre o câncer do colo de útero

Segundo o Inca, o problema é o terceiro tipo de câncer mais incidente na população feminina brasileira

Janeiro é o mês dedicado à prevenção e informação sobre o câncer do colo do útero, também chamado de cervical. A neoplasia tem como causa principal a infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV (chamados de tipos oncogênicos).

O oncologista Diocésio Andrade, do InORP/Grupo Oncoclínicas, esclarece alguns mitos e verdades sobre a doença que, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é o terceiro tipo de câncer mais incidente na população feminina brasileira e em 2015, último dado disponibilizado, resultou em 5.727 mortes.

Confira os MITOS e VERDADES sobre a doença: 

O câncer do colo de útero não tem prevenção

MITO: A neoplasia é um dos tipos mais evitáveis que existe. Como medidas de prevenção temos a vacinação contra o HPV que protege contra os tipos de alto risco na faixa etária indicada pelo Ministério da Saúde - de 9 a 14 anos; a realização do exame de Papanicolau regularmente com um ginecologista e uso de preservativo em todas as relações sexuais.

 Não tenho histórico famíliar de câncer de colo de útero. Preciso me preocupar com isso?

VERDADE: Mesmo que não tenha tido nenhum caso na família a pessoa pode correr riscos de ter a doença. O câncer de colo do útero é causado por certos tipos do vírus HPV que são transmitidos por contato sexual íntimo. Se você é sexualmente ativa, é necessário fazer o exame de rastreamento regularmente. Se você já fez uma histerectomia total ou tem mais de 69 anos, é necessário buscar orientações médicas quanto à necessidade e frequência de realizar o exame.

 Todas as mulheres com HPV desenvolvem o câncer de colo de útero

MITO: Geralmente, as defesas imunológicas do corpo são suficientes para eliminar o vírus por conta própria, sem necessitar de qualquer intervenção médica. Porém, em algumas pessoas podem aparecer verrugas genitais ou alterações benignas no colo do útero. Essas alterações são causadas pela persistência do vírus e ocorrem de 10 a 20% das mulheres infectadas. Caso não sejam diagnosticadas, as células podem levar ao aparecimento de lesões pé-cancerígenas ou um câncer. Na maioria das vezes, desenvolvimento da neoplasia demora vários anos.  Essa é a razão pela qual a detecção precoce e importante: o exame do colo do útero pode detectar alterações muito antes da lesão evoluir.

 Verrugas genitais levam ao câncer de colo do útero

MITO: Na grande maioria dos casos elas não se transformam em câncer e nem predispõem uma pessoa ao desenvolvimento da doença. Na prática, uma pessoa que possui as verrugas não tem mais probabilidade que outra pessoa sexualmente ativa para transmitir qualquer tipo de HPV – causar do câncer – para um parceiro. Recomenda-se que, se uma mulher tiver contato com as verrugas genitais – ou qualquer outra doença sexualmente transmissível –, é necessário procurar sempre um especialista para a realização de exames como o Papanicolau.

 A vacina só protege contra o câncer de colo de útero, por isso homens não precisam tomar

MITO:  A vacina protege contra 70% dos casos de câncer do colo de útero, no entanto, também fornece proteção contra a maioria das doenças genitais em homens causadas pelo HPV. A vacina protege também contra 90% das verrugas genitais em homens e mulheres. Como acontece com qualquer vacina, a proteção não é total, sendo necessárias outras formas de prevenção como o uso de preservativo.


Foto: Pixabay e Divulgação

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