Desigualdade é principal motivo de mortes por tuberculose, aponta estudo da USP
O Brasil ocupa a décima oitava posição no ranking entre os 22 países que concentram 80% dos casos de tuberculose, com 73 mil.

Desigualdade é principal motivo de mortes por tuberculose, aponta estudo da USP

O fator mais relevante é a falta de acesso a recursos da área da saúde, que não alcançam a população com maior vulnerabilidade social

Sendo uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, o motivo da tuberculose foi descoberto por meio de um estudo da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da Universidade de São Paulo (USP). Os pesquisadores afirmam que a desigualdade social é um dos principais fatores que causam a enfermidade.

Com o objetivo de saber quais os motivos que levam a tuberculose a fazer vítimas, o professor Ricardo Alexandre Arcêncio, da EERP, e a professora Inês Fronteira, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), de Lisboa, Portugal, mostraram que a falta de acessos aos recursos da área da saúde, mesmo existentes, não alcançam a população com maior vulnerabilidade social, consequentemente, a mais atingida pela doença.

Outro dado apontado pelo estudo é a relação direta da tuberculose com o vírus do HIV. “O HIV é fator de risco para o desenvolvimento da tuberculose, que é uma doença oportunista”, afirma o professor da EERP.

Dados

O Brasil ocupa a décima oitava posição no ranking entre os 22 países que concentram 80% dos casos de tuberculose, com 73 mil novos diagnósticos e 4.477 mortes por ano, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

O que deve melhorar

Para o professor da USP, melhorar a qualidade de vida das pessoas, os quadros de desvantagem social e a pobreza são os pontos principais para melhorar a situação da tuberculose. “Se melhorar a qualidade de vida, como o saneamento básico e as condições de moradia, já diminuiria entre 20% e 30% a taxa de mortalidade, como mostra o projeto”, comenta Arcêncio.

Já a professora Inês conclui que a intervenção deve ser também social e não apenas no tratamento.


Foto: Carol Garcia

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