Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto comemora 70 anos

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto comemora 70 anos

Ao longo de 70 anos, aFMRP-USP aprimorou diversos campos, como saúde, tecnologia e humanidade

Neste ano, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP) completa sete décadas de história na cidade. Conhecida por seus avanços na saúde, tecnologia, assistência à população, disseminação de informações e cultura, a FMRP foi fundada com o intuito de ser um centro de radiação de conhecimento em ciências médicas e não apenas um projeto de ensino.

 

O atual diretor e professor da faculdade, Rui Alberto Ferriani, explica que a ideia era que tivessem pesquisas para a geração de novos conhecimentos. De acordo com ele, vários professores vieram para construir os departamentos clínicos da faculdade. “O diferencial que persiste até hoje é que ela é uma faculdade que une o ensino à ciência, inovação do conhecimento e pesquisa científica”, pontua.


Seu movimento de criação se iniciou no período pós-guerra, entre 1948 e 1949, momento em que, segundo Ferriani, a sociedade local, o centro médico e forças políticas resolveram investir em ciência, ensino e educação.

 

“Como já existia a USP, a maior universidade brasileira desde 1934, mobilizaram forças locais e estaduais inserindo a pauta da criação da faculdade de Medicina”, relata. “Em dezembro de 1951, houve um Decreto Estadual que criou a FMRP e designou o professor Zeferino Vaz como o primeiro diretor”, acrescenta.


Além da Medicina, os cursos de Ciências Biomédicas, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Informática Biomédica, Nutrição e Metabolismo e Terapia Ocupacional fazem parte da grade da Faculdade. Para a professora da FMRP, coordenadora da comissão organizadora das atividades de 70 anos e presidente da Comissão de Cultura e Extensão, Maria Paula Panúncio Pinto, a faculdade se tornou mais diversa, madura e posicionada em relação à equidade e à inclusão.

 

“Desde 2016, lutamos para discutir a importância de sermos, de fato, uma comunidade acadêmica e não apenas um nome. Comunidade é um lugar em que todos se ajudam e buscam ferramentas para aprimorar o diálogo. Nesses 70 anos, nós conseguimos atingir diversas metas e, agora, avançamos nesta caminhada pelos valores humanos”, declara. 

 

Trajetórias pela FMRP


A história do professor sênior e ex-diretor, Ayrton Custodio Moreira, com a FMRP começa há cerca de 60 anos, quando passou no vestibular. Em 1970, Moreira graduou-se no curso. Fez residência em Clínica Médica e depois em Endocrinologia no Hospital das Clínicas da Faculdade. Durante esses anos, passou pelos cargos de professor assistente e titular, vice-diretor e diretor. Para ele, a FMRP representa tudo em sua vida.

 

“Eu fiquei órfão de pai aos 12 anos. A minha mãe, viúva e pobre, era uma costureira. Na USP, recebi ensino público e gratuito de alta qualidade, que me deram além de uma profissão, a Medicina. Também me propiciou estudos no exterior e novos horizontes”, relata Moreira.


Para ele, a qualidade e a vocação dos docentes e alunos no ambiente que integra o ensino, a pesquisa e assistência médica aos doentes, dentro de uma excelente infraestrutura física e de funcionários, tanto da FMRP, quanto do Hospital das Clínicas, fez com que o campus tivesse grande destaque entre as melhores faculdades Medicina do país e da América Latina.

 

“Eu sempre digo que essa escola carrega o nome de Ribeirão Preto, mas não é só da cidade, é do país, um patrimônio nacional, como é a USP de maneira geral”, afirma Moreira. “Uma faculdade pública de alta qualidade que faz avançar o conhecimento e leva o país com a cabeça no mundo, com consciência e o conhecimento atualizado”, finaliza.


A estudante do 4º ano, Isabella Silveira Teixeira, sonhava em cursar Medicina. Durante sua busca por universidades, encontrou a FMRP. Apesar da indecisão na escolha para qual cidade prestar, Isabella se baseou em prós e contras.

 

“A FMRP é uma faculdade que oferece, além de toda excelência acadêmica que promete, uma vida universitária muito agradável para o estudante que começa a se virar sozinho”, conta. Segundo ela, nesse ponto, Ribeirão Preto se pareceu muito mais acolhedora e possuía um vínculo muito forte com pesquisa, uma de suas áreas de interesse. 


Ainda de acordo com Isabella, diversos pontos destacam a faculdade. Além do campo de pesquisas, a estudante fala sobre grandes cenários clínicos. “Por ser um campus de interior, temos contato com muitas doenças prevalentes daqui, mas, também, com muita qualidade, tecnologia e inovações”, descreve.

 

Ou seja, na FMRP, é possível realizar uma Medicina voltada para a população do interior, mas também ter acesso a uma Medicina de ponta. “Acredito que essa combinação entre os dois não é vista em muitos lugares do Brasil. Sou muito orgulhosa de ter tantas oportunidades de ensino dentro do campus”, pontua. 


Fotos: Divulgação

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