Fármaco de canabidiol desenvolvido na USP de Ribeirão Preto chega às farmácias

Fármaco de canabidiol desenvolvido na USP de Ribeirão Preto chega às farmácias

Substância extraída da maconha pode ajudar no tratamento de epilepsia, esclerose múltipla, Parkinson e ansiedade

O primeiro extrato de canabidiol desenvolvido no Brasil está à venda em farmácias do Brasil. O medicamento surgiu de uma parceria entre cientistas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e uma empresa da indústria farmacêutica. A substância é extraída da planta cannabis sativa, a maconha.

O produto foi liberado para comercialização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 22 de abril, e os primeiros lotes foram entregues ao mercado em 10 de maio. 

A venda só poderá ser feita mediamente a apresentação de receituário tipo B (azul), de numeração controlada, a exemplo do que já ocorre com calmantes, antidepressivos e outras substâncias psicoativas, que atuam sobre o sistema nervoso central.

Diferente de outros produtos a base de canabidiol que tratam de contrações relacionadas à esclerose múltipla, o produto desenvolvido pela USP foi registrado como um fitofármaco (fármaco de origem vegetal), sem indicação clínica pré-definida. 

Isso significa que ele pode ser receitado para qualquer condição em que o canabidiol seja considerado potencialmente benéfico para o paciente. A recomendação do Conselho Federal de Medicina (CFM), é de que o produto só seja usado de forma “compassiva”, depois que todas as alternativas convencionais de tratamento já tiverem sido testadas sem sucesso.

O canabidiol (CBD) é uma das várias substâncias presentes na maconha (chamadas canabinoides) que agem sobre o sistema nervoso central (especialmente no cérebro), e que são pesquisadas em laboratórios mundo afora, para uma série de aplicações terapêuticas — por exemplo, no tratamento de epilepsia, esclerose múltipla, doença de Parkinson, esquizofrenia, ansiedade, fobias sociais e vários outros distúrbios psiquiátricos e emocionais.

“Ver essa medicação com uma possibilidade de usos tão grande chegar à farmácia é, realmente, uma satisfação muito grande”, comemora o pesquisador José Alexandre Crippa, professor titular de Psiquiatria e chefe do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da FMRP.

* Com informações do Jornal da USP


Foto: stevepb para pixabay

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