Combate ao Aedes: Força-tarefa é criada por universidades

Combate ao Aedes: Força-tarefa é criada por universidades

A Rede Zika está sendo desenvolvida pelos pró-reitores de pesquisa das faculdades Unicamp, USP e Unesp 

Com o objetivo de estabelecer estratégias para eliminar as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, uma força-tarefa foi criada pelas universidades estaduais de São Paulo, Unicamp, Unesp e USP.

Com o propósito de definir linhas de atuação e estrutura necessária às novas pesquisas, a Rede Zika está sendo desenvolvida pelos pró-reitores de pesquisa das três faculdades, Gláucia Pastore da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), José Eduardo Krieger da Universidade de São Paulo (USP) e Maria José Giannini da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que desde o final de dezembro estão realizando reuniões com os integrantes do grupo, para estabelecer soluções das doenças transmitidas pelo mosquito da dengue, zika vírus e Chikungunya.

De acordo com a professora da Unicamp, Gláucia Pastore, várias ações estão em andamento e algumas medidas já estão sendo aplicadas. “Como a realização de testes para identificar, em somente cinco horas, a presença de material genético do vírus da zika, da dengue e da Chikungunya em amostras de saliva, sangue ou urina de pessoas doentes”, afirma.

Glaucia disse também que são consideradas as ações de cada instituição em relação às doenças virais transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. “Foi sugerido que montássemos uma força-tarefa mais robusta via Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas), com mais pesquisadores e maior interação entre Unicamp, USP e Unesp”, frisa.

Na USP, as ações estão mais concentradas no vírus, ao passo que a Unicamp optou por uma estruturação mais global dos pontos a serem atacados.

Rede Zika

Na Universidade Estadual de Campinas, a Rede Zika foi estruturada para desenvolver ações que contribuam para enfrentar os graves impactos provocados na saúde pública pelas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Um grupo de aproximadamente 25 docentes e pesquisadores de diferentes especialidades está buscando soluções nas áreas de controle do inseto, virologia, epidemiologia, imunologia, entre outras.

Na Unicamp, a coordenação da rede está sob responsabilidade da professora Clarice Arns, do Instituto de Biologia (IB). Ao lado dela, outros quatro docentes coordenam as áreas de pesquisa. “A Rede Zika Unicamp foi estruturada de forma a estabelecer cooperações técnicas com as outras duas universidades estaduais paulista, USP e Unesp”, ressalta Clarice.

Segundo a professora Gláucia Pastore, a força-tarefa da Universidade também contribui com os esforços desenvolvidos pelo Estado de São Paulo no combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. “Além disso, a rede participará da força-tarefa que a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) estabelecerá com o mesmo objetivo”, adianta.

Outro ponto enfatizado por Pastore é a intensificação das relações internacionais dos integrantes da Rede Zika Unicamp, com o propósito de qualificar ainda mais os estudos e assim obter soluções ainda mais sólidas para os problemas causados pelo zika vírus, dengue e Chikungunya.

“Nós da Unicamp vamos procurar desenvolver novos larvicidas e mosquicidas, o que não estava contemplado no projeto original da USP. O fato é que temos um desafio enorme, com muitos ‘buracos’ a serem preenchidos”, destaca Pastore.

A professora conclui que é preciso interferir nos diagnósticos das doenças, como a criação de um protocolo e uma força tarefa de identificação.

“Outros ‘buracos’ estão na correlação do vírus com a microcefalia e a imunidade. Por que uma pessoa enfrenta bem a doença e outra tem uma série de complicações? Qual é a resposta imune, a condição de saúde, a genética, a alimentação?”, conclui.

Fotos: Divulgação 

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