Fruto Amazônico pode reduzir efeitos do câncer

Fruto Amazônico pode reduzir efeitos do câncer

Pesquisas realizadas na USP de Ribeirão Preto comprovam que fruto tem efeito anti-inflamatório

Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP), USP, descobriram que substâncias encontradas no guajiru, fruto amazônico que normalmente é consumido como suco e geleia, podem diminuir os riscos do câncer. De acordo com a pesquisa, realizada por Vinícius Venâncio em parceria com a Texas A&M University, o fruto causa um efeito anti-inflamatório na doença.

“Nós descobrimos que os compostos presentes no guajiru diminuem os danos induzidos no DNA de animais e a ocorrência de inflamação em culturas de células humanas normais e tumorais. Os dois processos, danos à estrutura do DNA e inflamação, são precursores da carcinogênese, que é o processo de desenvolvimento do câncer”, afirma Venâncio.

As folhas do guajiruzeiro são usadas popularmente na diminuição dos níveis de glicose no sangue. De acordo com Venâncio, sabe-se apenas que o fruto possui antocianinas, compostos químicos importantes na prevenção de doenças.  

“A ideia de estudar o guajiru veio de uma parceria do nosso laboratório (Laboratório de Nutrigenômica da FCFRP/USP) com o grupo de pesquisas da professora Adriana Zerlotti Mercadante, da FEA/UNICAMP. Nós notamos que não havia dados sobre o efeito do guajiru na literatura científica e então decidimos investigá-lo”, conta o pesquisador.

As pesquisas foram iniciadas em fevereiro de 2012. Nos ensaios realizados com ratos foram utilizados todo o fruto, que é composto por polpa e casca. Os efeitos foram avaliados através do sangue e da medula óssea, que, nessa etapa, destacou os compostos fitoquímicos (antocianinas, carotenoides e compostos fenólicos), e os elementos químicos magnésio e selênio, que podem ser os responsáveis pelos bons resultados observados nos animais experimentais.

Realização

As pesquisas com roedores foram realizadas no Laboratório de Nutrigenômica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), sob a orientação da professora Lusânia Maria Greggi Antunes.

Outra parte da pesquisa foi realizada durante o estágio de doutorado sanduíche na Texas A&M University nos Estados Unidos, sob orientação dos professores Stephen Talcott e Susanne Talcott

A pesquisa foi financiada pela FAPESP , bolsa de doutorado no Brasil, e pelo CNPq , apoio financeiro e bolsa de doutorado sanduíche.

Medicação

De acordo com Venâncio, “há um longo caminho desde a realização dos ensaios pré-clínicos até o desenvolvimento de um novo medicamento. Nós estamos na primeira fase dos estudos com o guajiru, então muitos outros ensaios pré-clínicos são necessários para a comprovação da sua eficácia, antes mesmo da realização de ensaios clínicos em humanos. O desenvolvimento de um produto farmacêutico a partir do guajiru pode levar muitos anos”.

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Gabriela Maulim 
Foto: Maurício Mercadante e divulgação 

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