H1N1 pode ser confundido com um resfriado normal

H1N1 pode ser confundido com um resfriado normal

Maioria das pessoas infectadas apresenta sintomas que são auto limitados, como febre, coriza nasal, tosse, entre outros

Nesta semana a Prefeitura de Ribeirão Preto confirmou três mortes por H1N1 na cidade, além de outras seis em investigação. Caracterizada por sintomas semelhantes a outras doenças, o H1N1, conhecido como gripe suína, pode ser confundido com um resfriado normal, porém, a situação é mais branda.

O H1N1 é um subtipo entre os vírus Influenza do tipo A, e é um resultado da combinação de segmentos genéticos do vírus humano da gripe, do vírus da gripe aviária e do vírus da gripe suína, que infectaram porcos simultaneamente.

De acordo com o médico infectologista e professor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Fernando Bellissimo Rodrigues, os vírus deste subtipo se caracterizam, principalmente, pela variabilidade de duas de suas proteínas de superfície que são a hemaglutinina e a neuraminidase.

Ele explica porque as pessoas podem confundir um resfriado normal com a gripe H1N1. “O resfriado comum é uma doença semelhante à gripe, porém mais branda. Ele cursa com coriza nasal, tosse, dor de garganta, mas, raramente produz febre e mal estar generalizado, como a gripe”, afirma.

Com um largo espectro que vai desde a infecção assintomática até os casos mais graves, o médico comenta que a maioria das pessoas infectadas apresenta sintomas que são auto limitados, como febre, coriza nasal, tosse, dores musculares, dor de garganta, dor de cabeça, entre outros problemas.

Vacinas

Atualmente, existem dois tipos de vacina licenciadas para o uso clínico da doença, que são: vacina com vírus vivo atenuado, de aplicação nasal e a vacina trivalente com vírus inativado, sendo a mais utilizada em todo o mundo.

“As vacinas são uma importante estratégia de prevenção da gripe e devem ser aplicadas anualmente nas populações de maior risco, que são as crianças pequenas, os idosos, as gestantes, os portadores de diabetes mellitus, asma, doenças pulmonares, imunodeficiências, entre outros”, frisa o médico.

Ele comenta ainda que os profissionais da saúde também são vacinados anualmente, pois eles também estão sujeitos a pegar a doença.  “Os obstetras e os neonatologistas também devem ser vacinados, para não acarretar risco de vida aos neonatos e para não trabalharem gripados”, aconselha.

O infectologista acrescenta que a vacina contra a gripe não irá proteger a pessoa contra o resfriado. “É um fato comum as pessoas adquirirem resfriado mesmo após se vacinarem contra a gripe, e acreditarem erroneamente que a vacina não funcionou”, frisa.

Prevenção

Além da vacinação, que é indicada para as pessoas com risco de adoecer mais rápido, a melhor forma para se prevenir contra a Influenza A (H1N1) é a higienização.

“A primeira parte da prevenção deve ser com a higienização frequente das mãos, com água e sabão, ou álcool 70%, especialmente, antes de se alimentar. Trata-se de um princípio básico de higiene que previne não só a gripe, mas o resfriado e as diarreias infecciosas, que é infelizmente muito negligenciado pela população”, destaca.

Bellissimo completa que a segunda medida é a etiqueta da tosse. “Toda vez que uma pessoa tosse deve apoiar a boca no braço ou antebraço e jamais cobrir com as mãos. Quando um individuo está gripado ou resfriado e tosse sobre as mãos, contamina outras pessoas. E elas se encarregarão por sua vez de contaminar outras mãos e objetos, como maçanetas e telefones, espalhando esses vírus na comunidade”, conclui.

Ele finaliza que os estabelecimentos alimentares devem oferecer condições para o seus clientes higienizarem suas mãos, evitando assim as doenças contagiosas, como a gripe.


Foto: Arquivo Revide 

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