HC divulga cartilha para gestantes sobre o Zika Vírus

HC divulga cartilha para gestantes sobre o Zika Vírus

Orientações também informam sobre a microcefalia, as suas manifestações e demais riscos às mães e recém-nascidos

Uma cartilha de orientação para gestantes sobre infecção do Zika Vírus está sendo divulgada pelo Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCRP) da USP de Ribeirão Preto, onde as mulheres podem tirar as dúvidas mais frequentes em relação às doenças.

A orientação é do professor responsável pelo Setor de Gestação de Alto Risco do HCRP, Geraldo Duarte, que informa questões como os cuidados, prevenção, o que é o Zika Vírus, a contaminação, também analisa a microcefalia, as suas manifestações e demais riscos às mães e recém-nascidos.

O professor explica que a infecção pelo vírus Zika se manifesta com período de incubação. Do contato com o vírus até o aparecimento do primeiro sinal ou sintoma são cerca de quatro dias.

As pessoas que apresentam exantema, como manchas pelo corpo, febre baixa, conjuntivite, dores musculares, dor de cabeça e dor nas articulações já podem estar contaminadas pelo vírus, pois estas manifestações fazem parte do quadro clínico completo do Zika.

O professor afirma que estes sinais podem durar até uma semana.

Uma das questões que Duarte orientou na cartilha é que a cada dez pessoas infectadas pelo vírus Zika, somente duas apresentam os sinais e os sintomas da doença.

“Portanto, um grande percentual de pessoas pode ter a doença e não saber que tem ou teve o vírus”, explica.

Síndrome de Guillain-Barré

O Zika também é responsável pelo desenvolvimento de alguns casos da síndrome de Guillain-Barré, que é uma doença imunológica que acomete o cérebro, provocando fraqueza dos membros inferiores em graus variados, podendo chegar à paralisia das pernas.

Entre os sintomas, o médico destaca que as gestantes devem ficar atentas, pois os sinais são parecidos com a da dengue, da Chikungunya e do vírus Zika.

O que é microcefalia?

A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. Ela é diagnosticada quando o perímetro da cabeça é igual ou menor do que 32 cm. O esperado é que bebês nascidos após nove meses de gestação tenham pelo menos 34 cm.

Esta medida pode ser feita no feto por ultrassonografia ou após o nascimento, medindo a circunferência, em volta da cabeça do recém-nascido, também chamado de perímetro cefálico.

No entanto, para fetos ou crianças acima de 37 semanas, sem nenhuma doença, espera-se que a circunferência craniana, perímetro cefálico, esteja acima dos 32 cm.

“Quanto mais acometido for o encéfalo fetal, mais grave será o quadro clínico decorrente da microcefalia”, afirma o professor.

A microcefalia apresenta várias causas, como genéticas, radiações, uso de álcool, oxigenação cerebral fetal insuficiente e processo infecciosos durante a gravidez, entre outras.

Zika e Microcefalia

Duarte conta que a gestante pode contrair a microcefalia, por meio do vírus Zika que entra no organismo materno pela picada do Aedes aegypti e assim passa para a circulação sanguínea, chegando até o feto.

“Como este vírus tem predileção pelo tecido nervoso, esse é o qual ele provocará o dano que resulta na microcefalia”, ressalta.

Prevenção

Como não existe vacina contra o vírus Zika, até o momento, o aconselhável é evitar a infecção e controlar a proliferação do mosquito e, se esse controle falhar, deve-se evitar a picada do Aedes aegypti, como proteger a pele com repelente e usar roupas com mangas longas.

“As formas de evitar a picada consistem na proteção da pele, deixando o mínimo de pele exposta”, completa Duarte.

Gestantes

Para as mulheres grávidas, o professor aconselha a usar alguns repelentes não naturais, e os mais indicados são aqueles à base de ‘Icaridina’, com tempo de ação que pode durar até 10 horas.

E às mulheres que planejam engravidar, o professor recomenda aos serviços e profissionais de saúde que informem a todas as gestantes e mulheres em idade fértil a respeito deste risco entre a ocorrência de microcefalia e a infecção pelo Vírus Zika.

 

Foto: Rafael Neddermeyer

 

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