HCRP estuda medidas para diminuir violência contra profissionais da saúde
Em janeiro, uma mulher teve um surto de raiva e jogou uma cadeira em um computador de posto de saúde de Ribeirão Preto

HCRP estuda medidas para diminuir violência contra profissionais da saúde

Casos de agressões, físicas e verbais, faz hospital propor medidas para melhorar segurança de funcionários

Recentes casos de violência contra profissionais da saúde obrigou o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP) a adotar medidas para proteção de médicos, enfermeiros e outros profissionais do local, como a adoção de manual de segurança, ampliação do sistema de vídeo-monitoramento e campanhas de prevenção.

Um dos casos que desencadearam a atitude, ocorreu no último mês de janeiro, quando o pai de um recém-nascido agrediu um médico no hospital por discordar do procedimento adotado no parto. Porém, o HCRP alerta que este caso não é único, e que além da agressão física, são comuns as agressões verbais.

O diretor clínico do local, Geraldo Duarte, aponta que os profissionais que trabalham no atendimento ao público estão mais suscetíveis a esse tipo de situação por estarem na linha de frente do atendimento. Mas pondera que apesar das reclamações dos pacientes, estão dispostos a lidar com a situação, desde que não haja violência.

“Temos esperança também que haja clareza gestora das autoridades em saúde do nosso país para entender e interpretar cada ato de violência deste tipo como um indicador claro da necessidade de corrigir inadequações estruturais, cujas respostas e soluções não estão na governança dos profissionais de saúde”, comentou o médico em artigo.

As medidas que serão aplicadas ainda estão em fase inicial, e devem ser implantadas nos próximos meses, porém, a situação não está restrita ao HC, profissionais da rede municipal da Saúde de Ribeirão Preto relatam situações parecidas. No fim de janeiro, uma mulher jogou uma cadeira sobre um computador em uma Unidade de Saúde da Família, após esperar mais de uma hora para uma consulta pré-agendada.

O técnico de enfermagem Antonio Marcos Pereira conta que são comuns as agressões verbais, tanto, que os profissionais já se acostumaram com a situação, e relevam os ocorridos. “Xingamentos correm com frequência. E quase todos os profissionais que trabalham no mesmo posto do que eu já passaram por alguma situação do tipo”, conclui o técnico de enfermagem, que lembra do caso de uma colega que está afastada porque perdeu a autoconfiança após ser agredida no rosto e ser puxada pelos cabelos.


Foto: Arquivo Revide

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