Hospital das Clínicas tem 170 profissionais da saúde afastados por Covid-19
Dos 170 profissionais afastados, 40% são médicos

Hospital das Clínicas tem 170 profissionais da saúde afastados por Covid-19

Diretor do Departamento de Atenção à Saúde do HC estima elevação no número de casos na segunda quinzena de janeiro

Cerca de 170 profissionais da saúde do do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP estão afastados por Covid-19. A informação foi divulgada pelo diretor do Departamento de Atenção à Saúde, Antônio Pazin Filho, nesta segunda-feira, 10. Desse total, quase 40% são médicos. 

Segundo Pazin, o Hospital não está sendo afetado somente pelos afastamentos, mas também pelo alto número de demissões. “Nós já tínhamos um déficit de 493 pessoas que se demitiram. Tivemos uma autorização de reposição do pessoal que começou no início de janeiro, mas não foi efetivada. Em cima disso, tivemos as 170 pessoas afastadas, o que pode aumentar nos próximos dias. Então, nós estamos vendo o mesmo efeito que foram vistos em outros sistemas de saúde, em outros hospitais. São muitas pessoas para serem atendidas, mas você não tem o pessoal para atender”, afirma.

Ainda de acordo com o diretor, é estimado maior pressão no sistema de saúde na segunda quinzena de janeiro. Por isso, o HC tem tomando providências para amenizar o número de atendimentos em massa e o aumento de casos da doença.

Uma das medidas anunciadas pelo representante foi o reescalonamento de pessoas em atendimento ambulatorial que podem aguardar o tratamento para o início de fevereiro. "Desde o início da pandemia, nós temos nossos ambulatórios estratificados em risco. Temos o grupo A1, de atendimento imediato que não pode ser cancelado, e o A2 e A3 que são os que podemos escalonar. A gente escalonou os A2 e A3 para o começo de fevereiro, isso fica em uma redução de, aproximadamente, 50% do nosso movimento ambulatorial. Isso vai diminuir a circulação de pessoas dentro do hospital e garantir uma diminuição da contaminação", explica. 

Além disso, desde sábado, as visitas a pacientes do hospitais foram suspensas. "Essa variante que estamos enfrentando é a Ômicron, ela é mais transmissível e ela contamina muito mais. Então, a diminuição da aglomeração é um princípio fundamental". 

Adicionalmente, o gabinete de crises do Hospital, que se reúne todos os dias às 8h para atualizações, foi reativado. "Nós estudamos o que teremos que suspender para mantermos os serviços essenciais, redirecionando os profissionais de saúde para os sistemas prioritários. Então, estamos avaliando quais cirurgias podem aguardar, porque mesmo que a pessoa esteja assintomática, se ela vier para o hospital ela pode estar incubando o vírus ou adquiri-lo aqui", declara Filho. 

Por fim, o diretor do Departamento de Atenção à Saúde ressalta a importância da prevenção contra a doença com o uso de máscaras e vacinação, e que o HC está dosando tudo e garantindo que o atendimento seja feito da melhor forma possível dentro das condições adequadas, além de orientar aos reescalonados que, se caso houver vontade de ir ao hospital, para entrar em contato. 

 


Foto: Susanna Nazar

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