Hospital São Lucas é pioneiro na região com tratamento para mieloma múltiplo

Hospital São Lucas é pioneiro na região com tratamento para mieloma múltiplo

O anticorpo biespecífico teclistamabe, aprovado em março no Brasil, já é usado para tratamento em paciente com mieloma múltiplo na cidade de Ribeirão Preto

Pela primeira vez na região de Ribeirão Preto, um paciente inicia tratamento para mieloma múltiplo com o anticorpo biespecífico teclistamabe, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em março de 2023. A medicação tem como diferencial atacar somente as células tumorais, ativando o sistema imunológico contra o tumor.
 

A droga é indicada para o tratamento de pacientes adultos com mieloma múltiplo recidivado ou refratário que receberam pelo menos três terapias anteriores, incluindo um inibidor de proteassoma (IP), um agente imunomodulador (IMID) e um anticorpo monoclonal anti-CD38.
 

A imunoterapia específica tem como mecanismo de ação a reativação da célula T, encontrando o linfócito T com as células tumorais do mieloma múltiplo. A biespecificdade se dá por ser um anticorpo que se liga tanto ao tumor quanto a célula efetora antitumoral. O medicamento é o primeiro biespecífico aprovado no Brasil exclusivo para mieloma múltiplo, conhecido também como câncer das células plasmáticas, que são um tipo de glóbulo branco na medula óssea.
 

Para a médica hematologista responsável pelo tratamento do paciente no Hospital São Lucas, Dra. Marina Coutinho (CRM: 83.565/RQE: 76.421), a aprovação reforça que a medicina de tratamentos específicos e direcionados vem atuando com força nos últimos anos, provando que são tratamentos de altíssima tecnologia e inovação, e estão ocorrendo para que se tenha melhor e maior sobrevida dos pacientes com doenças oncológicas.
 

“O paciente atual está fazendo as 3 primeiras doses que são realizadas com ele internado no Hospital São Lucas, para teste da tolerância ao medicamento, que pode dar algum tipo de reação imunológica. Esse tratamento não serve para outros tumores. As 3 doses são feitas em 7 dias e, tendo uma tolerância positiva, o paciente recebe alta e faz uso semanal da medicação, como indicado pela bula.”, explica.
 

A medicação tem tempo de uso contínuo, até haver progressão. Outro grande benefício do tratamento é que, por não ser quimioterápico, não exerce a toxicidade em outros sistemas como cardíaco, renal etc., causando menos efeitos adversos.
 

“Por ser uma terapia biológica, a qualidade de vida do paciente é muito boa. A intenção é de tratar pacientes que não tiveram boas respostas com os tratamentos anteriores para que tenham remissão do seu mieloma e a melhor qualidade de vida que a gente puder dar com esse tratamento”, conclui.


Fotos: Divulgação

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