Hospital São Lucas realiza cirurgia inédita no crânio de uma criança de 4 anos
A Craniossinostose Sindrômica tem origem genética e, geralmente, apresenta-se com a fusão de múltiplas suturas cranianas.

Hospital São Lucas realiza cirurgia inédita no crânio de uma criança de 4 anos

Procedimento corrige deformidades no formato da cabeça; cirurgia foi realizada pela primeira vez em um hospital privado de Ribeirão Preto

Uma menina de 4 anos, com uma síndrome rara (craniossinostose sindrômica) passou por uma cirurgia de distração craniofacial osteogênica, no Hospital São Lucas de Ribeirão Preto.

Essa foi a primeira cirurgia do tipo a ser realizada em um hospital particular de Ribeirão Preto. O procedimento foi realizado no dia 6 de agosto por uma equipe multidisciplinar composta pelo neurocirurgião pediátrico Ricardo Santos de Oliveira, pelo cirurgião craniofacial/plástico, André Andó e o cirurgião de cabeça de pescoçoPaulo Barrero Marques. A cirurgia durou seis horas.

A craniossinostose é uma doença rara caracterizada pelo fechamento precoce de suturas presentes nos ossos do crânio do bebê, resultando em deformidades no formato da cabeça. Já a craniossinostose sindrômica tem origem genética e, geralmente, apresenta-se com a fusão de múltiplas suturas cranianas.

Os pacientes que nascem com esta anomalia apresentam graus variados de déficit de crescimento dos ossos da face, que levam a problemas de oclusão dentária, exposição excessiva dos globos oculares com riscos à visão, hipodesenvolvimento das vias aéreas com distúrbios respiratórios entre outros.

Segundo o neurocirurgião, Ricardo Santos de Oliveira, o distrator craniofacial osteogênico, aparelho utilizado na reabilitação da pequena Anabelly, possibilita a melhor alternativa no tratamento, especialmente em pacientes portadores de síndromes craniofaciais com desconforto respiratório e risco de perda visual pela exposição excessiva do globo ocular.

“A distração osteogênica é um processo dinâmico que consiste no alongamento do esqueleto da face e de partes moles na região. Esse alongamento é obtido pela tração gradual aplicada em duas superfícies ósseas após corte cirúrgico da estrutura, por meio do dispositivo mecânico denominado distrator, para estimulação de formação óssea. Esses dispositivos podem ser internos, unidos aos ossos, ou externos, quando parte do aparelho fica aparente, junto à pele”, conta o neurocirurgião.

O procedimento é uma forma engenharia de tecidos na qual tem o afastamento gradual de margens ósseas, separadas cirurgicamente, resulta na geração de nova estrutura óssea através de regeneração natural do próprio organismo do paciente. Os dois fragmentos de ossos são separados em um processo gradual e controlados, com a utilização de distratores, o que induz a proliferação óssea entre eles e aumenta o comprimento do osso. À medida que o osso é alongado, o tecido conjuntivo associado é remodelado.

*Com informações da assessoria do Hospital São Lucas de Ribeirão Preto 


Foto: Arte Revide

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