Janeiro roxo

Janeiro roxo

Campanha nacional ‘Todos Contra a Hanseníase’ se intensifica no mês de janeiro em virtude do Janeiro Roxo, que propõe ações de conscientização sobre a doença

*Matéria publicada na edição 1097 da revista Revide.

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa transmitida pelo Bacilo de Hansen, que apresenta características peculiares. Uma delas é que todos os brasileiros, por morarem em um país endêmico, têm contato com ela ao longo da vida. Ela é passada por vias aéreas superiores – através de espirros e de tosse – de uma pessoa doente, para uma pessoa saudável. Porém, para adoecer, é preciso o convívio muito próximo e por muito tempo. O potencial do bacilo é afetar os nervos, promovendo a perda ou a diminuição da sensibilidade ao toque, à dor, ao frio e ao calor. Além disso, o paciente pode apresentar manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele, sentir formigamentos ou fisgadas pelo corpo.

Para esclarecer a população sobre o tema, a Biblioteca Padre Euclides promoveu nesta última quinta-feira, dia 27, uma palestra presencial com o médico dermatologista e hansenólogo Fred Bernardes Filho, da Medclin/Clínica de Especialidades da Beneficência Portuguesa. O evento também foi transmitido on-line nas redes sociais da biblioteca. “O debate vem em boa hora porque a cidade de Ribeirão Preto é, hoje, o município com mais casos de hanseníase no Estado de São Paulo”, explica o médico.

Alerta
A Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) alerta que há uma endemia oculta de hanseníase no país e que os números reais sejam de 3 a 5 vezes maiores do que os computados oficialmente. A doença tem cura e o tratamento é gratuito – a medicação é doada pela OMS ao Brasil. Ainda assim, o Brasil é um país que diagnostica tardiamente a hanseníase, depois que o paciente já convive com a doença por anos e apresenta sequelas irreversíveis e incapacitantes.

O diagnóstico precoce evitaria milhões de reais em benefícios pagos pelo INSS por afastamentos temporários ou permanentes por hanseníase. “Isso quer dizer que há milhares de doentes sem diagnóstico e, por consequência, sem tratamento, transmitindo o bacilo. Com a conscientização e o aumento de diagnósticos, conseguimos caminhar para o controle da doença”, finaliza o especialista. 


Foto: Revide

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