Livre de glúten
Bárbara Fazzio criou um perfil no Instagram para conscientizar sobre a doença celíaca

Livre de glúten

Diagnosticados com doença celíaca precisam de cuidados especiais e atenção redobrada

A doença celíaca é causada pela intolerância ao glúten, uma proteína encontrada em alimento como no trigo, aveia, cevada, bolos, pães, biscoitos, alguns doces, entre outros, provocando dificuldade do organismo em absorver os nutrientes dos alimentos, com o agravante de ser autoimune.

Os sintomas mais comuns são a diarreia, prisão de ventre crônica, dores abdominais, inchaço na barriga, falta de apetite, anemia e até a desnutrição. O principal tratamento de pessoas celíacas é a dieta sem nenhum traço de glúten que deve ser seguida rigorosamente pelo resto da vida.

Pensando nisso, o e-commerce da Juliana Hinterlang dos Santos, produz alimentos livres de glúten, o “Panela da Ju”. Segundo ela, os alimentos da loja passam por uma investigação minuciosa para evitar a presença do glúten. “Faço a gestão de alergênicos juntos aos fornecedores para que possamos oferecer aos nossos clientes segurança total”, afirma. “Para o celíaco, a maior dificuldade não é o alimento sem glúten, mas o manejo da contaminação cruzada. O alimento denominado como "sem glúten" pode ser encontrado, desde os naturalmente sem, até os produzidos sem ingredientes que tenham glúten na composição, mas infelizmente, são poucos com os cuidados necessários para atender a esse público”, acrescenta a empresária. 

Contaminação cruzada

A contaminação cruzada ocorre com pelo contato direto ou indireto com o glúten. Ela pode acontecer em diferentes etapas do processo de produção, seja no preparo, tratamento, armazenamento ou durante o transporte. Com isso, todos os utensílios usados para a produção de um alimento sem glúten, precisam estar livres de quaisquer contaminações e – se possível – nunca terem entrado em contato com o componente.

A nutricionista, Isabelle Bertolazzo, explica que pela legislação brasileira, é obrigatório que todos os alimentos industrializados informem em seus rótulos a presença ou não de glúten. “As empresas que produzem comida sem glúten não pode contar com nenhuma contaminação cruzada, ou seja, não pode ser manipulado nenhum tipo de farinha e nada que possa contaminar os alimentos. Se a empresa trabalha com os dois tipos de produtos – com e sem glúten-, no mesmo ambiente de produção, não se pode colocar na embalagem que aquele é um produto livre de glúten porque há uma grande chance de haver a contaminação cruzada”, explica. 

Rotina cuidadosa 

A médica Gabriela Piassa Marincek, descobriu que tinha doença celíaca em 2019, quando procurou um médico especializado em São Paulo. “Desde 2016 eu vinha passando muito mal. Fiz todos os exames, mas apontavam para um diagnóstico inconclusivo. Três anos depois, procurei alguém especializado na área e foi neste momento que apareceram todos os anticorpos positivos para doença celíaca”, lembra.

Gabriela toma cuidado em sua própria cozinha e prefere não fazer refeições fora de casa, a não ser que o restaurante seja adaptado para celíacos. Para manter esse cuidado, ela testa os alimentos com o auxílio do NIMA, um aparelho detector de glúten. O NIMA é o único equipamento portável para a detecção de glúten no mundo, porém, seu custo e a necessidade de importação dificultam o acesso amplo.
 
A advogada Bárbara Fazzio Galvani também toma cuidado ao comer fora. “As pessoas não entendem que o ‘não conter glúten’ vai muito além de não ter na composição trigo, cevada e aveia. Não sabem que a contaminação cruzada pode nos causar graves prejuízos. A doença é muito desconhecida e nos prejudica demais. Já fui a restaurante que o garçom achou que glúten era leite”, diz.

Vendo essa dificuldade, Bárbara criou um perfil no Instagram para conscientizar as pessoas sobre as condições de uma pessoa celíaca e apoiar pessoas que receberam o diagnóstico. Nas postagens, ela retrata a rotina dos celíacos, que apesar de ser uma doença crônica, não exclui a possibilidade de levar uma vida pode ser leve. 

Compartilhar: