Máquina do Hemocentro pode excluir sangue 'duvidoso'
Outro fato que acontece no Hemocentro são as pessoas aproveitar a doação de sangue para fazer exames de rotina.

Máquina do Hemocentro pode excluir sangue 'duvidoso'

De janeiro a abril deste ano cerca de 2,1 mil pessoas doaram sangue no local

Recentemente, o Hemocentro de Ribeirão Preto aprimorou mais uma medida em nome da segurança dos receptores de sangue coletado no local. Instalou um terminal de computador onde o doador poderá, com um "voto", determinar a exclusão da bolsa de seu sangue, coletado em seguida.

Nos procedimentos para a doação, o candidato a doador passa por rápidos exames e por uma entrevista onde são questionados relacionamentos sexuais, uso de drogas etc. No terminal, o doador responde, com sim ou não, à seguinte pergunta: "Voce foi sincero na entrevista?"

Com a medida, a pessoa que se sentiu constrangida em informar hábitos pode dizer que mentiu e a máquina se encarrega de informar o laboratório que há risco na utilização. A coleta, no entanto, é feita e a bolsa, descartada. São mantidas apenas as amostras para testagem.

A "votação" se dá de forma secreta. O doador fornece a informação sem ser identificado.

A Portaria de número de 158/2016 do Hemocentro também informa sobre a situação de autoexclusão. “O serviço de hemoterapia, a seu critério, poderá oferecer ao doador a oportunidade de se autoexcluir por motivos de risco acrescidos e não informados ou deliberadamente omitidos durante a triagem, de forma confidencial”.

A coordenadora médica do Hemocentro de Ribeirão Preto, Eugênia Maria Amorim Ubiali, explica como funciona a maquina. “Depois da triagem clínica o doador recebe um questionamento sigiloso sobre sua sinceridade na entrevista, identificado apenas com o número de sua bolsa. Se trata de um procedimento de autoexclusão”, diz.

Ela diz ainda que somente em 2015, a ação apresentou em média um índice de 0,29%, e este ano, o número apresenta 0,32% de autoexclusão.

“A literatura é controversa se esse procedimento tem ou não impacto positivo na segurança transfusional, para aqueles que precisam de sangue, pois há trabalhos que demonstram que, em seguimento ao longo do tempo, os doadores que se autoexcluíram anteriormente, apresentaram um maior índice de soroconversão laboratorial em testes para doenças transmissíveis por transfusão”, afirma.

Exames de rotina

Outro fato que acontece no Hemocentro são as pessoas aproveitarem a doação de sangue para fazer exames de rotina. “Estes doadores são chamados de ‘buscadores de testes’ e há pesquisas que mostram que isso ocorre”, afirma Eugenia.

A coordenadora relata que foi feito pela Fundação Pró-Sangue, que é uma instituição pública, um trabalho com 1720 pessoas, porém apenas 1600 participaram da pesquisa. Destes, 8,8% foram classificados como ‘buscadores de testes’.

Quem pode doar

Para doar sangue, a pessoa deve estar com boa saúde, sem gripe, sem resfriado, sem diarréia ou alergias, e ter idade entre 18 e  69 anos. Os homens devem ter peso igual ou superior a 50 quilos e as mulheres devem pesar mais de 51 quilos. 

No dia anterior à doação, o doador deverá dormir pelo menos seis horas, evitar jejum e fazer refeições leves. 
Também é preciso não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à coleta, não fumar por no mínimo uma hora antes e uma hora após a doação e não praticar exercícios físicos exagerados. 

As mulheres podem fazer doações a cada 90 dias e os homens, a cada 60 dias. 

 


Foto: Divulgação

Compartilhar: