Mascarados, professores pedem por vacinação contra H1N1

Mascarados, professores pedem por vacinação contra H1N1

Educadores da rede municipal manifestaram-se em frente à Prefeitura de Ribeirão Preto pela vacinação dos profissionais da rede

Professores se manifestaram por conta da falta de segurança em relação ao vírus H1N1 na manhã desta quarta-feira, 13, em frente à Prefeitura de Ribeirão Preto. No protesto, os educadores usavam máscaras e pediam pela paralisação das aulas até que todos sejam medicados com a vacina quadrivalente, a correta para 2016.

Cerca de 30 professores mascarados compareceram ao Palácio Rio Branco, nesta manhã, para reivindicar contra a insegurança no trabalho que eles sofrem. A professora Cidinha Nascimento, do CEI João da Cruz Moreira, zona norte de Ribeirão Preto, agradeceu a todos que compareceram ao evento em que foram recebidos por representantes da saúde, da educação e do governo. “Não obtivemos respostas sobre nossos questionamentos a respeito dos casos de H1N1. Saímos de lá mais desamparadas do que chegamos”.

Segundo Cidinha, o motivo principal do protesto é o descaso da Secretaria Municipal da Saúde e dos responsáveis pela educação na cidade quanto ao falecimento da nossa companheira de trabalho Olympia Borges por conta do vírus do H1N1. “Nós estamos apreensivos para voltar ao trabalho e cuidar das crianças. Fazemos todas as medidas de higienização, mas mesmo assim há casos de uma criança hospitalizada com o H1N1 e ninguém tem nos orientado. Temos que bloquear as escolas, tomar o medicamento correto e isso ainda não foi dito para nós. Hoje não haverá aula em nossa escola”, diz.

Já a professora Fernanda da Silva da escola municipal Sebastião Martins de Moura, que foi ao protesto em apoio fala que os professores estão muito apavorados, pois são do serviço público e trabalham para a população. “Estamos no grupo de risco por conta do contato direto com as crianças de 0 a 3 anos. Passamos o dia todo em salas fechadas e eles espirram, ficam doentes e isso pode fazer com que a proliferação do vírus seja maior. Mesmo com o cenário caótico, o governo parece fazer vista grossa. Temos uma epidemia e precisamos de um respaldo, precisamos de apoio e queremos ser parte do grupo de segurança. Por fim gostaríamos do fechamento das escolas enquanto for necessário”.

O professor Sandro Cunha relembra que em 2009 as aulas foram suspensas sem casos de óbitos na rede estadual e assim deve ser feito este ano na municipal. “Hoje temos casos de professores falecidos e outros internados. Queremos as vacinas de 2016 ou que suspendam as aulas preventivamente. Nós não podemos correr os riscos de mais mortes. A Organização Mundial de Saúde explica que assim que o surto comece o adequado é evitar a continuidade das aulas, como uma atitude preventiva. Com a vida não devemos arriscar”, afirma.

Por outro lado...

Em nota, a Coordenadoria de Comunicação Social não esclareceu que medidas específicas tomará com relação à imunização dos professores. A respeito da ocorrência de casos de Influenza em Ribeirão Preto, o texto afirma que a campanha de vacinação dos grupos prioritários de 2016 está programada pelo Ministério da Saúde para ter início em 30 de abril. A pasta avalia, conjuntamente com a Secretaria de Estado da Saúde, a viabilidade de antecipar o início da campanha, o que dependerá de disponibilidade de vacinas em quantidade suficiente para imunizar todos os que pertencem a grupos vulneráveis.

Por fim a prefeitura ressalta que o Governo Municipal já oferece a vacina contra o vírus H1N1 para o grupo de risco, desde terça-feira, dia 12.

Fotos: Pedro Gomes

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