Médicos destacam união e planejamento para sucesso na separação de irmãs siamesas no HC
Equipe de profissionais que atuou no processo de separação das irmãs Maria Ysabelle e Maria Ysadora comemora resultado

Médicos destacam união e planejamento para sucesso na separação de irmãs siamesas no HC

As irmãs Maria Ysabelle e Maria Ysadora receberam alta do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto nesta sexta, 7

A equipe médica que participou de todo o processo da separação das irmãs gêmeas Maria Ysabelle e Maria Ysadora, de 2 anos de idade, que nasceram unidas pelo crânio, destacou que o planejamento e a união de todos os profissionais que participaram do procedimento foram fundamentais para o resultado bem sucedido, que, segundo eles, foi melhor que o esperado.

As meninas receberam alta do Hospital da Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (HC-FMRP) nesta sexta-feira, 7, e poderão voltar para o Ceará para passar as festividades de fim de ano, no entanto, devem voltar para Ribeirão Preto para continuar o processo de reabilitação.

A pediatra Maristela Bergamo, que acompanha a trajetória das irmãs, diz que está com a sensação de dever cumprido, e lembrou que o planejamento foi muito importante para o êxito.

“Muito feliz de ter dado tudo certo, até melhor do que nós planejamos. O profissional da saúde tem o dever de fazer bem feito e, com elas, graças a Deus, foi muito bem feito. Agora, os pais estão bem tranquilos, e era por esse motivo que nós trabalhamos tanto. Era isso que queríamos”, afirma a médica.

Maristela conta que, agora, as meninas devem continuar o processo de terapia multidisciplinar com fisioterapia, com fonoaudióloga, fisiatra e nutricionista, que deve ter início em janeiro. Além disso, os pais Diego Farias e Débora Freitas também receberão acompanhamento de profissionais, como psicólogos.

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Já o neurocirurgião Hélio Rubens Machado, que coordenou a equipe de profissionais que participou dos procedimentos cirúrgicos, a alta médica das irmãs Maria Ysabelle e Maria Ysadora e o sucesso da separação trouxeram muitas lições para os profissionais que participaram do caso.

“Eu acho que esse período de envolvimento trouxe muitas lições, não só profissionais, mas lições de vida, de solidariedade, de parceria, de união. E, também ligados a nossa área, de explorar novas tecnologias, explorar contatos com pessoas de lugares totalmente diferentes. A experiência foi extremamente rica. Posso te dizer, hoje, que, antes de isso acontecer, na preparação, e nas melhores expectativas nossas, eu não imaginava que teríamos um desfecho tão positivo”, comemora o neurocirurgião.

O médico afirma que o trabalho foi mais importante do que um título de doutorado. “É mais do que um doutorado. Daria um doutorado em tecnologia, mas de sociologia também. Em relações humanas, convivência, explorando todos os sentimentos no convívio com pessoas, que são muito complexos”, completa.

Outro neurocirurgião que participou desse processo de separação das irmãs siamesas, Ricardo Santos de Oliveira, diz que o momento da alta foi um estágio especial para toda a equipe. “É uma sensação muito gratificante. Hoje é um momento muito especial para todos. Gratifica e nos honra o momento em que nós podemos unir toda a família, agora, com duas crianças separadas e que possam viver toda uma vida pela frente”, declarou o médico, que também destacou o planejamento para cada passo tomado pela equipe. “Foi um trabalho longo, de muita dedicação, bastante minucioso e que tivemos o cuidado em cada etapa, em estudar, em planejar e fazer a cirurgia com modelos, com discussões, até chegar e executar os passos que tínhamos treinado”, afirma oliveira.

Para o cirurgião plástico Jayme Farina Junior, chefe da divisão do setor no HC-FMRP, a sensação de liberar as irmãs para voltarem para casa é de vitória. “É uma sensação muito boa de vitória, de conquista, um grande desafio que foi a separação dessas meninas. Foram tantas cirurgias... O que eu ressalto disso tudo foi o comprometimento da instituição. Houve um comprometimento de todas as equipes, um envolvimento muito grande. Muito planejamento e isso contribuiu com o sucesso da cirurgia”, pontua.


Foto: Daniel Menezes/Assessoria de Comunicação - HC-FMRP

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