Melatonina: Conheça a substância que pode melhorar o sono

Melatonina: Conheça a substância que pode melhorar o sono

Ela ganha cada vez mais adeptos pelo mundo; Veja para quais situações é indicada

A melatonina é uma substância natural encontrada em vários seres vivos, desde bactérias até nos mamíferos. Nos seres humanos, é um hormônio natural produzido pela glândula pineal, localizada perto do centro do cérebro. “A principal função da melatonina é sincronizar vários ritmos biológicos do nosso organismo, principalmente o ritmo de sono circadiano”, explica o neurologista Guilherme de Oliveira Bustamante, Médico Assistente do departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

O neurologista afirma que a produção da substância só começa a ser produzida ao entardecer. “Sua produção é dependente da incidência de luz, e só começa a ser produzida ao entardecer, com a diminuição da luz solar”.

É exatamente por esses motivos que a melatonina cada vez ganha mais admiradores pelo mundo. Mas quais são os benefícios da melatonina? 

De acordo com Bustamante, principal indicação da melatonina é para os distúrbios do sono relacionados ao ritmo circadiano, mais particularmente no distúrbio chamado Atraso de Fase do Sono, em que o paciente só apresenta um sono espontâneo tarde da noite, geralmente após as 2h. “Estes pacientes dormem muito tarde e acordam muito tarde da manhã ou até mesmo depois do meio dia. Para alterar o início do sono de forma que o paciente durma mais cedo e consequentemente acorde mais cedo, a melatonina tem talvez a sua maior indicação”.

O médico explica que a substância também é indicada para pessoas que possuem outros tipos de distúrbio, como a Síndrome de “Jet Lag”, que é a dificuldade de dormir após longas viagens para países com fusos horários diferentes, em relação ao do país de origem.

A substância também vem sendo usada em pessoas que sofrem de agitação quando estão sonhando. “Recentemente, a melatonina também tem sido usada em pacientes que têm um distúrbio do sono chamado Doença Comportamental do Sono REM (DCSREM), que ocorre mais em idosos e no qual o paciente tem períodos de agitação quando está sonhando, com movimentos que podem ser violentos e machucar o parceiro ou parceira de cama”, afirma.

O neurologista ressalta que a melatonina não é um indutor do sono e, apesar de poder melhorar alguns casos específicos, ela geralmente não é uma substância usada para tratar insônia. Além desses benefícios que a substância oferece, o médico afirma que ela também tem a função de regulação do metabolismo energético e sua falta pode estar relacionada a alguns distúrbios metabólicos como a intolerância à glicose e resistência à insulina, o que pode levar a obesidade.    

“A melatonina também é considerada um ótimo antioxidante e pode proteger os tecidos de lesões causadas pelos chamados radicais livres. Outros usos da melatonina ainda não estão muito bem comprovados”, explica.

Uso

O médico explica que uso na melatonina irá influenciar áreas do cérebro e de outros órgãos que também recebem a substância e por isso traz benefícios aos seus adeptos.

Bustamante alerta que são poucos os riscos da substância e que há poucos efeitos colaterais relatados. “É uma substância muito segura. O maior risco é seu uso inadequado sem orientação médica especializada porque pode agravar alguns distúrbios de sono se tomada sem as orientações adequadas como em alguns casos de Jet Lag e mascarar ou retardar o diagnóstico de outras doenças como a depressão em idosos”, afirma.

Para alguns distúrbios de sono, como a Síndrome de Avanço de Fase ou em alguns tipos de Jet Lag, Bustamante conta que o uso da melatonina não é indicado porque pode piorar o problema. “Não há relatos de problemas com o uso diário de melatonina exceto quando piora alguns distúrbios do sono se usada sem a devida orientação médica, o que ocorre mais frequentemente hoje devido à automedicação”, explica.

A venda da Melatonina no Brasil não é proibida, porém ainda não está regularizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Aparentemente nenhum laboratório farmacêutico se interessou em fazer a comercialização e não entrou com pedido de fabricação e comercialização na Anvisa”, comenta Bustamante.

Apesar de não existir fabricação do medicamento no Brasil, ele pode ser importado de outros países ou obtido em lojas que vendem suplementos vitamínicos.


Fotos: Arquivo Revide

 

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