Mitos e verdades sobre o câncer de pele
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Mitos e verdades sobre o câncer de pele

Como parte da campanha de prevenção Dezembro Laranja, especialista tira algumas das principais dúvidas sobre o tema

Com a chegada do Verão – e a tendência de se passar mais tempo exposto ao sol – cresce a preocupação com o potencial risco de desenvolvimento do câncer de pele. De acordo com uma estimativa divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 704 mil novos casos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025.

 

Ainda segundo o Instituto, no Estado de São Paulo, são esperados mais de 56 mil casos da doença por ano, com incidência maior entre as mulheres.

 

Dados da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto apontam a confirmação de 4.982 novos casos de câncer de pele somente no primeiro semestre de 2022, sendo estes benignos e malignos. Ainda durante o mesmo período, foram contabilizadas 917 internações por conta da doença.


Para conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, desde 2014, a Sociedade Brasileira de Dermatologia promove, neste mês, a campanha Dezembro Laranja.

 

Na entrevista a seguir, a oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto, Cristiane Mendes, responde algumas questões que costumam gerar dúvidas entre a população.

 

Pessoas que passam muito tempo expostas ao sol têm mais chance de desenvolver o câncer de pele?


Verdade - Os raios ultravioletas causam danos cumulativos ao DNA celular. A exposição solar a longo prazo, em horários inadequados e sem a proteção devida, pode causar mutações nas células e consequentemente o câncer de pele.

 

Não é necessário passar protetor solar na sombra?


Mito - Mesmo na sombra, há incidência de radiação ultravioleta que pode ser refletida através de pisos, água e areia. Portanto, é necessário o uso do protetor solar, que deve ser aplicado a partir de 30 minutos antes de sair de casa, com fator mínimo de proteção 30. A aplicação deve ser reforçada durante o dia.

 

Cristiane Mendes, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto.

 

Pessoas de pele clara têm mais chances de desenvolver o câncer de pele?


Verdade - O câncer de pele não-melanoma, o mais frequente, atinge principalmente pessoas com mais de 50 anos, de pele e olhos claros. Quanto mais clara a pele, menor a quantidade de melanina, que é o nosso filtro natural. Portanto, esse grupo é mais suscetível aos danos causados ao DNA das células e maior é a probabilidade de desenvolver a doença.

 

Pessoas negras não desenvolvem câncer de pele?


Mito - Mesmo tendo maior proteção ao dano solar por ter mais melanina, as pessoas de pele negra não estão livres da doença. Existe uma maior predisposição de desenvolvimento de melanoma acral, nas extremidades, como nas plantas dos pés e regiões ungueais (são as regiões de encontro da pele com a unha).

 

Manchas que ardem ou descamam podem ser câncer?


Verdade - Qualquer alteração que ocorra na pele deve ser observada e acompanhada por um especialista. A neoplasia costuma se apresentar através de lesões que coçam, ardem, descamam, sangram ou até feridas que não cicatrizam após quatro semanas.

 

O câncer de pele não melanoma pode evoluir para melanoma?


Mito - Estes são tipos de câncer de pele distintos e que surgem em estruturas diferentes do organismo, por isso, não é comum essa evolução. No entanto, um mesmo indivíduo pode apresentar os dois tipos de tumores em regiões diferentes do corpo.

 


Fotos: Freepik/ Divulgação

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