Novo cimento ortodôntico pode ser arma contra vírus, fungos e bactérias

Novo cimento ortodôntico pode ser arma contra vírus, fungos e bactérias

Pesquisadores da USP Ribeirão e Unicamp realizam testes em material projetado para combater cáries e gengivites para ver se há também propriedades contra o novo coronavírus

 O aparelho ortodôntico é utilizado para corrigir os dentes e obter o sorriso perfeito, porém, demanda diversos cuidados especiais, principalmente, em relação à higiene. O objeto dificulta a escovação correta e uso do fio dental, o que pode provocar problemas como cárie e gengivite. Além disso, muitas vezes os materiais utilizados na confecção desses aparelhos contribuem para o acúmulo de microrganismos na boca.

Para evitar esses problemas, pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP, em conjunto com o professor Oswaldo Luiz Alves, do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desenvolveram um método que transforma o cimento utilizado na colagem das peças do aparelho ortodôntico em um inibidor da colonização de bactérias, fungos e vírus. 

Professora Andréa Cândido dos Reis, da Forp – Foto: Divulgação/ForpA professora e coordenadora da pesquisa, Andréa Cândido dos Reis, do Departamento de Materiais Dentários da Forp, explica que a inovação vem da adição do vanadato de prata nanoestruturado – produto químico da união dos metais prata e vanádio, transformados no nível de nanoestruturas – no cimento que cola o aparelho ortodôntico nos dentes.“Conseguimos propor um cimento com propriedades físico-químicas e mecânicas favoráveis para a manutenção e fixação do aparelho, mas que também apresenta propriedades antimicrobianas”, diz Andréa.  

Como muitas pesquisas científicas mostram o potencial antiviral da prata, desde o início da pandemia pelo novo coronavírus, a equipe da professora Andréa vem realizando testes com os materiais utilizados no cimento odontológico com objetivo de descobrir possíveis efeitos contra a Covid-19.

Os pesquisadores estão realizando vários testes e esperam chegar a um novo produto com as propriedades necessárias para o combate ao SARS-CoV-2. “Acreditamos que em breve teremos resultados positivos”, afirma a professora.

*Com informações do Jornal USP Ribeirão Preto


Foto: Freepik

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