Pediatra alerta para impacto do uso excessivo das telas na saúde das crianças
Tempo excessivo de tela pode afetar o humor e o sono das crianças

Pediatra alerta para impacto do uso excessivo das telas na saúde das crianças

Consequências não são apenas físicas, mas psicológicas e sociais

Um número crescente de estudos vem associando o uso excessivo das telas (smartphones, tablets, televisão, videogame etc.) a consequências adversas físicas, psicológicas, sociais e neurológicas. E os adultos não são os únicos impactados negativamente. As crianças também têm a saúde (física, emocional e mental) atingida pelo uso dos dispositivos eletrônicos.

 

A televisão já foi chamada de babá eletrônica, mas há muito perdeu espaço para os tablets e, posteriormente, para os smartphones. Segundo a pediatra Tábata Luna Garavazzo Tavares, o tempo de tela máximo recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é o seguinte: para crianças acima de 11 anos é de 3 horas. De 6 a 10 anos é de 2 horas; de 2 a cinco anos apenas uma hora de tela e deve-se evitar a exposição em crianças menores de dois anos.

 

“No período noturno esse uso deve ser minimizado e as crianças devem desligar os aparelhos eletrônicos pelo menos 1 hora antes de dormir”, orienta a pediatra, que também é médica do sono com especialização no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP Usp).

 

Na opinião da pediatra, existem diferentes níveis de conscientização entre os pais sobre os malefícios causados pelo uso excessivo de dispositivos digitais, mas a maioria não sabe dos prejuízos que a “intoxicação digital” pode causar.

 

“O tempo de tela excessivo pode afetar o sono da criança em três aspectos: reduzindo a quantidade de sono, piorando a qualidade do sono e alterando o ritmo (alteração de horários) e esse prejuízo do sono pode ter implicações na saúde física e mental das crianças, como irritabilidade, agressividade, impulsividade, sintomas depressivos, ansiedade, redução da memória e concentração, dificuldade de aprendizado e hiperatividade”, alerta a médica.

 

Além disso, ela enfatiza que o uso viciante das tela diminui o convívio social e pode causar doenças cardiovasculares, como pressão alta, obesidade, aumento do colesterol e redução da regulação hormonal. “As consequências também incluem deficiência visual, redução da densidade óssea e alterações auditivas pelo uso de fones de ouvido”, diz.

 

Mais que apenas conhecimento, a médica orienta a necessidade de supervisão dos pais ou responsáveis quanto à duração do tempo de tela, tipo de mídia e também quanto ao conteúdo ao qual as crianças estão expostas. “Isso significa ficar sempre alerta e colocar limites claros”, complementa.

 

A pediatra vai além: “É importante também que os adultos sejam exemplo em relação ao uso das mídias digitais e que tenham ferramentas para substituir as telas por outras atividades, como jogos de tabuleiro, leitura, esportes e também incluir as crianças nas atividades de cuidado com a casa”.

 

Uma outra medida que pode ser tomada pelos pais ou responsáveis para garantir a saúde das crianças é a higiene do sono, um conjunto de práticas e hábitos voltados a preparar o organismo antes da hora de dormir. Veja algumas destas medidas:

 

- Não deixar disponível no quarto da criança televisão, celular, videogame ou tablet.

 

- Desligar estes dispositivos uma hora antes de dormir.

 

- O quarto deve ser um ambiente confortável em que a criança se sinta segura e tranquila.

 

- Fazer uma alimentação leve, tomar um banho morno, reduzir a luminosidade dos ambientes e fazer atividades relaxantes como meditação, por exemplo.

 


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