Pesquisa de Ribeirão Preto foi homenageada pela CAPES
Estudo com foco no combate a progressão do câncer de pele recebeu Menção Honrosa no “Prêmio CAPES de Tese 2022”
A tese de doutorado de autoria do pesquisador Ádamo Davi Diógenes Siena, orientada pelo professor Wilson Araújo da Silva Junior, docente do Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e pesquisador do Centro de Terapia Celular (CTC-USP), recebeu Menção Honrosa no “Prêmio CAPES de Tese 2022”.
O estudo “Análise bioinformática e caracterização funcional de RNAs longos não-codificadores envolvidos na progressão do melanoma” foca no combate a progressão do câncer de pele e foi premiado na área de Ciências Biológicas I.
Segundo o professor Wilson Araújo da Silva Junior, o melanoma é um câncer de pele que tem origem nos melanócitos e pode estar associado à exposição ao sol. “O câncer de pele é um tumor mais frequente em pessoas da cor branca e em países tropicais como o Brasil, com incidência de sol muito grande. Se você não tiver uma proteção, os raios ultravioletas induzem mutações nas células da pele. Algumas dessas células são os melanócitos, que podem ser afetados e estão envolvidos com a produção da melanina”, explica o docente da FMRP-USP.
O melanoma representa cerca de 5% dos cânceres de pele, mas corresponde a 80% das mortes de pacientes acometidos. Quando detectado precocemente, tem grande chance de ressecção, mas em um cenário de metástase seu prognóstico é ruim. O estudo completo do pesquisador Ádamo Davi Diógenes Siena está disponível na Biblioteca Digital da USP.
“Uma vez instalado o tumor, alguns mecanismos moleculares são ativados nas células tumorais que fazem com que elas avancem para um estágio mais agressivo, e é exatamente isso que nós investigamos., Nós procuramos por RNAs que não codificam proteínas e que estão envolvidos na regulação dos processos biológicos associados com a evolução do tumor”, explica o doutor Wilson Araújo.
Confira a entrevista com os pesquisadores produzida pela TV Hemocentro RP.
O pesquisador destaca que foram investigados todos os estágios do melanoma e avaliado se alguns RNA não-codificadores estariam envolvidos também com a resistência do câncer a tratamentos. “Nosso trabalho foi procurar biomarcadores que podem ser utilizados como marcadores terapêuticos ou de prognóstico, e o que o Ádamo identificou foi um RNA longo não-codificador que pode servir como biomarcador para dizer se aquele indivíduo vai responder ou não ao tratamento quimioterápico, pois ele está envolvido com a resistência ao tratamento”, conta o professor.
Reconhecimento
Wilson Araújo ressaltou ainda a importância da Menção Honrosa para o reconhecimento das instituições e a necessidade de valorização da pesquisa científica. “É um reconhecimento muito importante para todo o grupo e das instituições envolvidas, no caso o Hemocentro, onde sou pesquisador dentro do Centro de Terapia Celular. É também importante para a Faculdade de Medicina de Ribeirão, para a FAPESP que financiou o projeto, para a CAPES e para o Programa de Pós-Graduação da Genética, que deu a bolsa de estudo para o Ádamo, que foi quem conduziu a pesquisa, e é importante ainda para mostrar que pesquisa precisa ser financiada com recursos públicos e que estão sendo bem empregados”, completa o docente.
Foto: Pixabay (Ilustrativa)
