Prefeitos tratam da falta de medicamentos com o ministro Marcelo Queiroga

Prefeitos tratam da falta de medicamentos com o ministro Marcelo Queiroga

Desabastecimento de medicamentos básicos afeta diversos municípios pelo país, incluindo Ribeirão Preto

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga recebeu dirigentes da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) nesta quarta-feira, 20, para tratar da falta de medicamentos em diversos municípios do país. 

 

O prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), que também é secretário Geral pela FNP, afirmou que o Ministério já tomou algumas providências para tentar normalizar o desabastecimento, entre elas a retirada do imposto de importação, no intuito de baratear o preço dos itens.

 

“Eles acreditam que a partir de amanhã, dia 21, após os primeiros 30 dias, essa análise poderá ser melhor avaliada para saber se ainda existe alguma incongruência em determinado elo dessa cadeia de desabastecimento de alguns produtos”, afirmou Nogueira.


Nesta quinta-feira, 21 se encerra o primeiro mês da avaliação dessas medidas tomadas. “O importante é que as cidades estejam abastecidas é que não tenhamos problemas no fornecimento de medicamentos e insumos importantes para o funcionamento diário do SUS”, acrescentouo prefeito.
 

O problema

Segundo levantamento feito entre os dias 19 e 30 de maio, pelo Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), através de questionário on-line, 98,5% dos mais de 1,1 mil farmacêuticos entrevistados apontaram falhas no abastecimento de medicamentos. De acordo com o CRF-SP, a maioria dos que responderam à pesquisa trabalham em farmácias particulares.

 

Dentre os principais remédios em falta apontados pelos farmacêuticos, segundo o CRF-SP, estão antibióticos (como amoxicilina e azitromicina), mucolíticos (acetilcisteína e ambroxol), antialérgicos (entre os mais citados, a loratadina), e analgésicos (como dipirona, ibuprofeno e paracetamol). Por isso, muitos médicos e dentistas estão prescrevendo diferentes medicamentos, na tentativa de que o cliente encontre algum dos remédios disponível no mercado.

 

Situações como a guerra na Ucrânia e o lockdown na China geraram problemas logísticos para o atendimento das demandas de insumos e medicamentos. A indústria farmacêutica brasileira é altamente dependente de importações; com a baixa oferta de remédios no mercado, houve alta na procura e nos preços praticados pelos fornecedores.

 

Já uma pesquisa mais recente divulgada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que mais de 80% das quase 2,5 mil prefeituras entrevistadas estão sofrendo com problemas de desabastecimento de remédios nas farmácias públicas.

 

A falta de amoxicilina (antibiótico) foi apontada por 68% (1.350) dos municípios que responderam a esse questionamento, segundo a CNM. A ausência de Dipirona na rede de atendimento municipal (anti-inflamatório, analgésico e antitérmico) foi apontada por em 65,6%, ou 1.302 cidades.

 

Em 28,5% dos municípios, houve problemas de falta de insumos básicos hospitalares, como seringas, gazes, agulhas e ataduras, utilizados em operações de baixa complexidade, de acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM).


Como está Ribeirão Preto

 

Em Ribeirão Preto, a Prefeitura informou que as farmácias da rede pública, administradas pela Fundação Hospital Santa Lydia desde julho de 2021, também tiveram alguns problemas de falta de remédios na última semana.

 

Segundo a Fundação, que é responsável por fornecer os medicamentos dos Pronto Atendimentos (UPAS e UBDSs), o estoque do antibiótico amoxicilina chegou a zerar no início deste mês. 

 

Os aumentos dos valores dos medicamentos também estão encarecendo os problemas na rede pública - em comparação com 2021, as altas nos preços chegam a mais de 22%, de acordo com o Santa Lydia.  Dipirona injetável e soro injetável, que também estão em falta em diferentes localidades brasileiras, não chegaram a ficar em falta - a Secretaria da Saúde garante que há estoque desses itens.

 


Foto: Divulgação/Conasems

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