Ribeirão Preto tem aumento de 126% nos casos de dengue em janeiro deste ano
Cidade ainda não vive quadros de surto e nem epidemia, mas está em alerta para o tipo 2 da doença
Ribeirão Preto registrou aumento de 126% nos casos de dengue em janeiro deste ano, no comparativo com o mesmo mês do ano passado. Desde 2016, quando a cidade viveu uma epidemia, que não eram registrados tantos casos no primeiro mês do ano. Foram 201 confirmados, contra 48 em janeiro de 2018. No mesmo mês de 2017, foram apenas 16 casos.
Até o dia 12 deste mês, mais 22 casos da doença foram confirmados e, segundo a Secretaria Municipal da Saúde, esses números podem aumentar conforme os resultados dos testes ficam prontos.
Em uma entrevista coletiva nesta terça-feira, 12, o Secretário Estadual da Saúde, José Henrique Germann Ferreira disse que a cidade ainda não vive uma situação de epidemia. Mas, a Secretaria Municipal da Saúde alertou em janeiro que existe o risco se o combate à dengue não for realizado de maneira correta.
De acordo com o pesquisador Amaury Dal Fabbro, epidemiologista da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, a epidemia é caracterizada por uma elevação de casos em determinado período, em comparação com a média dos últimos anos. Apesar do aumento neste início de ano, a cidade teve muitos casos em 2016, o que eleva a média de incidência da doença no município. “É preciso observar se os casos continuarão crescendo a níveis mais elevados. Por isso não existe epidemia”, observa.
Ainda segundo Amaury, também não é possível afirmar que a cidade tem um surto, pois ele só é caracterizado pela grande concentração de casos em determinada região, e ainda não foram divulgados os dados regionalizados da dengue neste ano.
O infectologista destaca ainda que, mais importante do que classificar uma epidemia ou um surto, é identificar onde estão grande parte dos casos e trabalhar no combate à doença de forma regionalizada, para que ela não se espalhe ainda mais.
Tipo 2
Ribeirão Preto é uma das 19 cidades do Estado de São Paulo em alerta para o tipo 2 da dengue, segundo o Ministério da Saúde. O médico Valdes Roberto Bollela, professor da Divisão de Moléstias Infecciosas e Tropicais da Faculdade de Medicina da USP Ribeirão, explica que a dengue tem seu ciclo justamente por conta dos tipos de vírus de circulam na cidade, que são quatro.
“Por isso, existe o alerta para determinado tipo de dengue, pois ele começa a circular entre as pessoas que ainda não foram infectadas”, diz. Ainda segundo ele, a cidade está preparada para os atendimentos à população por conta das outras situações de surto enfrentadas.
Foto Divulgação
