Saiba como identificar os primeiros sinais do câncer de pele

Saiba como identificar os primeiros sinais do câncer de pele

Só até o final deste ano, cerca de 170 mil pessoas receberam o diagnóstico da doença

Com o aumento da incidência solar natural do verão, os cuidados com a pele precisam ser redobrados, já que a exposição ao sol aumenta os riscos do câncer de pele. Os últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que só neste ano mais de 171 mil pessoas foram diagnosticadas com a doença. O número diz respeito a dois tipos de câncer: o câncer de pele não melanoma e o câncer de pele melanoma, somados.

O não melanoma é responsável pela maior parcela de casos, com aproximadamente 165 mil novos diagnósticos ao ano, e possui altos índices de cura quando detectado e tratado precocemente. Já o melanoma é menos incidente, mas possui alto grau de letalidade, podendo aparecer em qualquer parte do corpo. Apesar de corresponder somente a 3% dos tumores malignos de pele registrados no país, o melanoma é considerado o tipo mais grave por sua capacidade de causar metástase. No Brasil, dos cerca de sete mil casos registrados por ano, foram quase 1,8 mil mortes relacionadas à doença.

“É necessário ficar alerta ao surgimento de alguma pinta nova ou mudança no aspecto de alguma pinta pré-existente, como aumento de tamanho, variação de cor, perda da definição de bordas, quando as bordas ficam irregulares ou até mesmo sangramentos. Ao primeiro sinal de mudança, é preciso consultar logo um especialista”, afirma a oncologista clínica do Grupo Oncoclínicas, Carolina Cardoso.

Segundo a especialista, independentemente da classificação do câncer de pele, os fatores que aumentam o risco são basicamente os mesmos: a exposição prolongada e repetida ao sol, sem uso de proteção adequada. Além disso, ter a pele e olhos claros, cabelos ruivos ou loiros, ser albino ou possuir histórico familiar, também figuram como fatores de risco. A irradiação ultravioleta do sol – o famoso raio UV – é a principal vilã no câncer de pele.

Além das pessoas que possuem histórico familiar e exercem profissões que exigem exposição solar diária, os fumantes também estão entre o grupo de risco de desenvolver câncer de pele. “Além disso, portadores de alguma imunossupressão também podem ter seu risco aumentado. Porém, tais grupos de risco não invalidam a necessidade de cuidado em todo o tipo de pele. Inclusive, a pele negra, quando há desenvolvimento de melanoma, tem geralmente pior prognóstico”, pontua Carolina.

O protetor solar é a melhor forma de proteção. Ele deve ser aplicado a cada duas horas e deve ser repassado após o contato da pele com a água.

Proteger bebês e crianças é especialmente importante. Antes dos seis meses de idade, eles devem ser mantidos fora do sol com o auxílio de roupas, chapéus ou cobertores. Após os seis meses, o indicado é iniciar o uso do protetor solar recomendado pelo pediatra, sem esquecer também dos óculos de sol.

Nem mesmo a permanência em baixo de sombras pode ser considerada segura: os raios solares penetram janelas, passam por nuvens e ainda são refletidos por água, areia e concreto.

Como detectar e tratar o câncer de pele

Os principais sintomas de câncer não-melanoma são a presença de lesões cutâneas com crescimento rápido, ulcerações que não cicatrizam e que podem sangrar, coceira e algumas vezes dor em áreas muito expostas ao sol, como rosto, pescoço e braços. O ideal é passar por uma avaliação frequente de um especialista. “A análise da mudança nas características destas lesões é de extrema importância para um diagnóstico precoce. O dermatologista tem o papel de orientar uma proteção adequada para descobrir os possíveis riscos que os raios solares podem causar na pele”, explica Frederico Nunes, oncologista do Grupo Oncoclínicas.

 Se diagnosticado precocemente, o tratamento pode ser feito através de cirurgia. Já em casos mais avançados, podem ser necessárias terapias complementares, como quimio e radioterapia. Contudo, de acordo com Nunes, na maioria das vezes, apenas a cirurgia já é suficiente para resolver o problema. Ele destaca ainda que diversos avanços têm melhorado a qualidade de vida e sobrevida dos pacientes, com principal atenção às boas respostas às novas terapias que revolucionaram o tratamento do melanoma, como, por exemplo, os imunoterápicos, que estimulam o próprio sistema imunológico do paciente a identificar e combater as células malignas.

“O que a gente observava, antes, é que os melanomas avançados não tinham uma resposta boa aos tratamentos mais tradicionais, infelizmente. A chegada da imunoterapia no câncer de pele vem apresentando resultados fabulosos no tratamento dos pacientes com melanoma metastático. Nestes casos, as respostas têm se mostrado sustentadas ao longo do tempo, como importante qualidade de vida.”, reforça o especialista.

Mas o melhor tratamento ainda, segundo os oncologistas, continua sendo a prevenção e o acompanhamento contínuo de alterações que possam indicar o surgimento da doença, promovendo assim, o seu diagnóstico em fase inicial. Eles recomendam que os cuidados sejam intensificados no verão, com o uso de protetores solares, viseiras, chapéus e/ou bonés, além de roupas e óculos de sol com proteção UV, além de consultas dermatológicas regulares durante o ano todo.

“Use proteção solar diariamente e não fique exposto diretamente ao sol, principalmente em períodos mais críticos no verão, como das 10h às 16h. Não se esqueça de procurar um médico especialista de confiança e de examinar a própria pele sempre. Quando identificado em fase inicial, o câncer de pele tem excelentes respostas aos tratamentos e com altos índices de cura”, finaliza Carolina.


Foto: Pixabay

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