Saiba mais sobre a varíola dos  macacos e a situação da doença em Ribeirão Preto

Saiba mais sobre a varíola dos macacos e a situação da doença em Ribeirão Preto

Aumento de casos da varíola dos macacos preocupa instituições de saúde internacionais; casos já foram confirmados em Ribeirão Preto

Os primeiros casos registrados da varíola dos macacos em Ribeirão Preto foram confirmados no dia 13 de julho. Foram divulgados dois pacientes, um vindo da Europa e outro de São Paulo, foram confirmados com a doença causada vírus “hMPXV” (Human Monkeypox Virus) durante coletiva de imprensa. A doença tem tempo de incubação de cerca de 21 dias e os pacientes infectados devem permanecer isolados em casa.

 

“A monkeypox é uma doença zoonótica viral, isso significa que o homem se contamina por meio do contato direto com um animal infectado. Atualmente, estamos vivendo um surto caracterizado pela transmissão que está ocorrendo entre humanos, ao se entrar em contato com materiais, como secreções e substâncias presentes nas lesões de pele características da doença”, explica a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Ribeirão Preto, Luzia Márcia Romanholi Passos.

 

Os sintomas da varíola dos macacos incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, calafrios, exaustão e inchaço do pescoço. A manifestação mais conhecida da doença, porém, são as lesões na pele com aproximadamente um centímetro de diâmetro.

 

“Essa doença depende do contato próximo para ser transmitida, principalmente ao se ter contato com as lesões na pele, mas também pelas gotículas que expelimos ao falar, espirrar ou tossir. Essas lesões podem aparecer em qualquer região do corpo, no rosto, nos membros ou nos genitais”, acrescenta Luzia Márcia.

 

Alerta internacional

No dia 23 de julho a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a varíola dos macacos como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Na avaliação do doutor Benedito Antônio Lopes da Fonseca, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, a preocupação da OMS é com a disseminação da doença em vários países do mundo, que precisarão instituir sistemas de vigilância para diagnóstico e notificação dos casos e controle deste surto.

 

“Antes deste surto que estamos vivendo, a monkeypox estava basicamente localizada em alguns países da África e com poucos casos, associados à transmissão de um animal para o ser humano. O que preocupa é que, de repente, começou haver a transmissão entre seres humanos, coisa que não era comum antes de surgirem estes novos casos”, explica o doutor Benedito Fonseca.

 

Depois dos primeiros sintomas, começam a aparecer as lesões que evoluem para vesículas com conteúdo esbranquiçado e por último as crostas, que são as lesões com casca de feridas.

 

“Essa doença pode ser transmitida inclusive quando as lesões estiverem já com crostas. Então a pessoa pode transmitir a doença até com três ou quatro semanas desde o início dos sintomas, e ela deixa de ser transmissível no momento em que não tem mais nenhuma lesão em atividade, ou na forma de vesículas ou na forma de crosta. É preciso tomar cuidado com isso pois é uma doença que tem um tempo de transmissibilidade mais elevado do que estamos acostumados”, completa o médico.

 

Principais sintomas

Febre

Dor de cabeça

Dores no corpo

Calafrios; Exaustão

Inchaços

Lesões na pele

 

Transmissão

A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. A transmissão humano para humano está ocorrendo entre pessoas em contato físico próximo com casos sintomáticos.

 

Origem e características do vírus

O nome monkeypox se origina da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970. Existem duas linhagens do vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central).

 

As infecções humanas com o linhagem da África Ocidental parecem causar doenças menos graves em comparação com o da Bacia do Congo, com uma taxa de mortalidade de 3,6% em comparação com 10,6% para a linhagem da Bacia do Congo, segundo a OMS. Os países onde a varíola dos macacos é considerada endêmica são: Benin, Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Gabão, Gana (identificado apenas em animais), Costa do Marfim, Libéria, Nigéria, República do Congo, Serra Leoa e Sudão do Sul.

 

Tratamento e prevenção

A varíola geralmente é autolimitada, ou seja, pode ser curada com o tempo e sem tratamento, mas pode ser grave em alguns indivíduos, como crianças, mulheres grávidas ou pessoas com imunossupressão devido a outras condições de saúde.

 

 


Foto: Max Gomes / Fiocruz

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