Santa Casa vive superlotação em urgência e emergência

Santa Casa vive superlotação em urgência e emergência

Neste domingo, 3, a instituição registrou 220% a mais do que sua capacidade

O aumento do atendimento nas unidades de urgência e emergência do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto fez a instituição convocar uma coletiva de imprensa para alertar a população das limitações do Hospital.

“Há algum tempo já estamos observando um aumento muito grande em nossas unidades de urgência e emergência em um dia ou outro da semana, porém agora quase diariamente estamos trabalhando com a nossa capacidade em 100%. Ontem chegamos a 220% acima do nosso limite”, explica o diretor superintendente da instituição, Marcelo Di Bonifacio.

A quantidade de equipamentos e todo suporte oferecido na Área Vermelha do Hospital (unidades de urgência e emergência) são apropriados para quatro pacientes, sendo que neste domingo, 3, a quantidade chegou a 12, e nesta segunda-feira, 4, a oito.

Essa lotação nas unidades de urgência e emergência já vem ocorrendo há mais de dois meses, mas, de acordo com o diretor, os últimos dez dias acabaram assustando toda a equipe do hospital. “Não medimos esforços para atender a população, porém não gerenciamos o fluxo de pacientes do Hospital, quem gerencia é a Central de Regulação de Saúde do Município”, assegura o diretor.

De acordo com Bonifacio, a coletiva foi um aviso para evitar problemas maiores no futuro se nenhuma providência for tomada. “Nós, como prestadores de serviços, não nos importamos de fazer o atendimento, porém estamos prevendo sérios problemas que possam ocorrer mediante a exaustão das equipes e de nossos recursos”, conta.

Eles afirmam que a regulação sabe a quantidade de pacientes suportados, mas não tomam nenhuma providência perante o ocorrido. “Faz uma semana que eu estou enviando um e-mail pra eles informando que nós não temos condições de atender nem leitos de enfermaria, nem CTI e nem leitos de estabilização, estamos lotados”, afirma a gestora administrativa Odete Mondini Guimarães.

O motivo do aumento não é explicado pelo hospital, que garante que não há nenhuma relação com o surto de H1N1 no munícipio, mas a diretoria explica que talvez seja um problema de gestão pública, que seria mais bem respondido pela própria administração.

Eles ainda afirmam que a dívida da prefeitura com o Hospital está regularizada, e que no mês de março houve o pagamento de 2 parcelas em relação ao déficit, que equivale a 1,4 milhão, e que se não fosse o pagamento, talvez a situação fosse pior.

O diretor finaliza dizendo que a  instituição irá trabalhar fortemente para resolver a situação de superlotação no hospital e que ira notificar a promotoria com todos os dados para que eles possam estar cientes do que está havendo no local.  

Outro lado

A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) afirmou que a cidade vive uma situação inusitada, com a ocorrência de duas epidemias simultâneas - dengue e zika vírus - e também do aumento de casos de Influenza (Gripe). 

Em nota, a administração destaca que para fazer frente à gigantesca demanda, adotou várias providências: reforço das equipes médicas e de enfermagem, ampliação de horários de atendimento, instituição de um pólo de atendimento 24 horas por dia, adquiriu insumos, medicamentos, equipamentos, implantou exames de hemograma no pólo dengue, entre outros.

"O que se espera da rede hospitalar é que, diante de situação excepcional representada pelas epidemias e pela antecipação de casos de influenza, adote também medidas excepcionais de organização de seus serviços, a exemplo do que fez a rede municipal de saúde. Lamentar o aumento de demanda e imputar esse aumento à Central da Regulação é um misto de irresponsabilidade, dissimulação e mistificação que não contribui em nada com a gravidade do momento", encerra a nota.


Fotos: Gabriela Maulim e arquivo disponibilizado pela instituição 

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