Semelhança entre mayaro e chikungunya é alerta para médicos de Ribeirão Preto
O alerta foi feito pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Semelhança entre mayaro e chikungunya é alerta para médicos de Ribeirão Preto

O vírus, detectado recentemente no Estado de São Paulo, pode ser transmitido por mosquitos responsáveis por outras doenças

A semelhança entre o mayaro e o chikungunya é um novo alerta para os médicos de Ribeirão Preto e de todo Estado de São Paulo, aponta o professor e diretor do departamento de Virologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, Luiz Tadeu Figueiredo. Comum no norte do Brasil, o vírus já circula entre os paulistas há um tempo.Figueiredo é especialista em infectologia

Só exames laboratoriais são capazes de identificá-lo. “Ele foi encontrado há alguns meses atrás e desde então temos realizado várias pesquisas. Está é uma doença muito parecida com a chikungunya. Essa semelhança é um problema, pois pode confundir os profissionais médicos que terão de se adaptar aos sintomas. É um período de adequação dos próprios médicos”, diz Figueiredo.

O especialista afirma que em laboratório foi descoberto que o vírus pode ser transmitido por picadas do mosquito Haemagogus (transmissor da febre amarela), mas também pelo Aedes Aegypti (da dengue, da zika e da chikungunya).

“Comprovamos em laboratório que o Aedes também tem potencial na proliferação da doença, mas não há registros disso na natureza. Eu acho que este é mais um vírus emergente em nossa região, que é a mais povoada do Brasil. É mais uma preocupação para a sociedade”, conta.

Não existe uma vacina. Para fugir do problema, a recomendação é evitar a picada de mosquitos infectados e cuidar dos ambientes para que não haja a proliferação desses animais.

“Eu acho que o vírus está em São Paulo há algum tempo, nós que não o detectamos antes. Ele já chegou em nossa região metropolitana. Nosso estudo foi feito em São Carlos, mas tenho alguns estudantes pesquisando material de Ribeirão Preto, pois há chance da chegada na cidade”, conclui Figueiredo.


Foto: Divulgação e Acervo Revide

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