Sindicato não descarta a possibilidade de greve contra redução de leitos no HC de RP

Sindicato não descarta a possibilidade de greve contra redução de leitos no HC de RP

Hospital das Clínicas de Ribeirão confirma redução no quadro de profissionais

O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) não descarta a possibilidade de uma greve contra a redução do número de leitos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

O presidente do Simesp em Ribeirão Preto, o médico Ulysses Strogoff de Matos, disse à reportagem que há uma movimentação entre servidores estaduais da saúde e que uma assembleia será convocada em breve. "Uma greve não é algo que acontece de um dia para o outro, mas há a movimentação", declarou.

A redução dos leitos foi discutida em uma reunião na última sexta-feira, 14. O HC conta com 922 leitos, sendo 817 gerais e 105 de UTI. Desse total, a instituição pode perder 130 leitos. Ainda não foram especificados quais tipos de leitos poderão ser extintos.

O Hospital também sofre com a redução no quadro de funcionários. Em 2017, possuía cerca de 7,3 mil funcionários. Atualmente, conta com 5,9 mil. 

Por meio de nota, o HC confirmou a redução no quadro de funcionários. “Atualmente, há uma redução de pessoal em função de demissões voluntárias e aposentadorias. Estamos em tratativas com o Governo do Estado para a reposição das vagas”, informou.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que está em "permanente diálogo" com o HC de Ribeirão Preto para garantir a assistência aos pacientes. "Cabe destacar que, desde 2019, o Governo do Estado autorizou 242 vagas para contratação de diversos profissionais, inclusive remanescentes de concursos públicos. Porém, em virtude de demissões e da necessidade da reforço das equipes, novas tratativas estão em curso", declarou.

"É um desmonte intencional da Saúde pelo governo do Estado. [...] Não fizeram a reposição salarial, não abrem concursos e contratam funcionários via Faepa [Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência do HC], que é uma empresa privada", criticou Strogoff.

O médico e líder sindical lembra que, em 2010, servidores do HC entraram em greve por motivos semelhantes. “Não vejo perspectiva de melhora, eu vejo de piora. Em 2010 já fizemos uma greve reclamando dos mesmos problemas. Dez anos se passaram e a situação piorou”, concluiu.

 

* Matéria atualizada às 11h30 de quarta-feira, 19 de fevereiro.


Foto: Arquivo Revide

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