Sul e Sudeste concentram 72% dos médicos com especialidades
Mais da metade dos médicos com especialidades (54%) está localizada na região Sudeste, onde a proporção desses profissionais é de 154 por 100 mil habitantes
A região Sul e Sudeste concentram 72% dos médicos com especialidades. Só no Sudeste são 154 profissionais que tem título de especialização ou residência por 100 mil habitantes, enquanto o índice do Norte é três vezes menor. É o que informa o Cadastro Nacional de Especialistas, do Ministério da Saúde.
De acordo com os dados do Cadastro, mais da metade dos médicos com especialidades (54%) está localizada na região Sudeste, onde a proporção desses profissionais é de 154 por 100 mil habitantes, sendo que é maior que o índice nacional de 119 médicos por 100 mil habitantes. Já a proporção do Norte é a menor do país, de 50 especialistas por 100 mil habitantes.
Assim como o Sudeste, as regiões Sul e Centro-Oeste também se colaboram com elevação dos dados de especialistas por 100 mil habitantes, já que têm 145 e 134 profissionais com especialidades diferentes.
Segundo o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Heider Pinto, com essas informações é possível analisar e definir a residência de acordo com a necessidade de médicos. “O diagnóstico que o cadastro apresenta é fundamental na construção dessa política”, afirma.
Escassez
São considerados especialistas os médicos que concluíram o programa de Residência Médica e obtiveram titulo via sociedade médica em alguma das mais de 50 especialidades legalmente reconhecidas.
De acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS), o número de médicos com especialidade no País e no estado de São Paulo é parecido, porém também há falta de especialistas no Brasil, como é o caso de área de anestesiologia, que apresenta quadro significativo de escassez, com sete médicos para cada 100 mil habitantes.
Outras especialidade com quadros graves de insuficiência são a oftalmologia e a psiquiatria. No primeiro caso, são apenas seis médicos para cada 100 mil habitantes, sendo que o Nordeste conta com apenas quatro, e o Norte com 2,6.
A psiquiatria também apresenta escassez, pois em todo o País são apenas 4,5 médicos para cada 100 mil habitantes. Esse índice é mais de três vezes menor que a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é 15,6 psiquiatras/100 mil habitantes – e é inferior a ele em todos os 26 estados brasileiros e no Distrito Federal.
Especialistas
Segundo um estudo realizado no ano passado, pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), com apoio do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), 60% dos médicos no Brasil têm título em pelo menos uma especialidade, proporção que chega a 70% entre médicos de 30 a 60 anos de idade.
De acordo com o levantamento, as desigualdades na distribuição de especialistas no país seguem o padrão da concentração geográfica de médicos em geral, como o estado de São Paulo, que tem número de médicos especialistas equivalente à soma de todos os especialistas das regiões Nordeste, Centro Oeste e Norte. Dentre as 53 especialidades reconhecidas, seis delas são: Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral , Ginecologia e Obstetrícia, Anestesiologia e Cardiologia que se concentram metade de todos os médicos especialistas.
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