USP Ribeirão desenvolve camundongo geneticamente modificado para estudar câncer raro
O carcinoma de córtex da suprarrenal é considerado um tumor agressivo

USP Ribeirão desenvolve camundongo geneticamente modificado para estudar câncer raro

Os animais apresentam uma similaridade biológica considerável com os humanos e desenvolvem doenças parecidas do ponto de vista biomédico

Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveu um camundongo geneticamente modificado capaz de reproduzir o carcinoma do córtex da suprarrenal –raro tumor agressivo– com as mesmas mutações encontradas nos tumores em humanos.

O pesquisador Kleiton Silva Borges, da FMRP, primeiro autor do estudo, explica que os camundongos apresentam uma similaridade biológica considerável com os humanos e desenvolvem doenças parecidas do ponto de vista biomédico.

O modelo animal que criaram possui mutação no gene TP53, que impede o funcionamento correto da proteína p53. De acordo com Borges, mutações como essa, também, estão presentes nos pacientes.

"Essas mutações fazem com que a proteína p53 não atue adequadamente nas células dos pacientes, por isso o câncer surge", disse.

Borges lembra, ainda, que no animal é necessário associar essa mutação a outra, a do gene chamado Beta-catenina, também, encontrada nos pacientes com o tumor, para desenvolver o carcinoma, o que é feito através de técnicas de engenharia genética.

“Esse camundongo desenvolve um tumor com características muito similares às observadas nos tumores humanos, como a presença de metástases e aumento da secreção de hormônios”.

Tumor

O carcinoma de córtex da suprarrenal é considerado um tumor agressivo, porém raro no mundo. Entretanto, no Brasil, de 3,4 a 4,2 casos por milhão de crianças com até 15 anos são afetadas pela doença por ano, incidência quinze vezes maior que a observada em outros países, como Estados Unidos. Pesquisadores brasileiros já revelaram que essa alta incidência está associada à presença de uma mutação no gene TP53 encontrada em habitantes do Sul e do Sudeste do País.


Foto: Pixabay

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