Entenda o que é o “deepfake” e porque o Facebook irá banir esse tipo de manipulação
Plataforma disse que fará avaliação dos vídeos manipulados com inteligência artificial

Entenda o que é o “deepfake” e porque o Facebook irá banir esse tipo de manipulação

A rede social declarou que irá aumentar o policiamento em vídeos manipulados

O Facebook anunciou, no dia 6 de janeiro, uma campanha contra conteúdos manipulados, principalmente, os vídeos com a tecnologia "deepfake".

O deepfake é uma tecnologia que utiliza a Inteligência Artificial para criar edições realistas em vídeos. Alimentado por uma base de dados com fotos e vídeos de uma pessoa, o programa consegue reproduzir o rosto de um ator, político ou personalidade, no rosto de outra pessoa.

Dessa forma, é possível criar paródias bem humoradas de personalidades famosas, mas, também, simular falsos pronunciamentos de políticos e líderes de estado, por exemplo.

A vice-presidente de políticas de conteúdo do Facebook, Monika Bickert, , escreveu que a rede social possui um grupo de colaboradores especializados em detectar o conteúdo adulterado e, também, encontrar o autor das postagens.

"Em todo o mundo, temos conversado com mais de 50 especialistas com formação técnica, política, de mídia, jurídica e acadêmica para informar nosso desenvolvimento de políticas e aprimorar a ciência de detecção de mídia manipulada", explicou.

Ela declarou que vídeos com edições simples, como as de ajuste de luminosidade, qualidade de imagem ou inserções simples, não serão afetados. Porém, todo conteúdo que contenha edições que induzam o espectador ao erro, que sejam produzidos por meio de inteligência artificial ou que possuam sobreposição de vídeos – como o caso do deepfake – deverão ser banidos.

Adriano Oliveira é supervisor de pós-produção da Ilha Crossmídia, uma produtora de vídeos. Ele explica que um dos grandes problemas do deepfake é que esse tipo de tecnologia está cada vez mais acessível.

“Tem se tornando populares com aplicativos disponíveis para celulares especialmente desenvolvidos pra esse tipo de manipulação. Além de vídeos tutoriais espalhados pela internet ensinando como colocar o rosto do usuário em GIFs utilizando um aplicativo que utiliza apenas a câmera do smartphone”, comenta.

O supervisor de pós-produção explica que é muito difícil identificar rapidamente os vídeos com deepfake, já que os softwares utilizam de inteligência artificial, que evolui a cada dia.

“A primeira dica é a pessoa se familiarizar com a tecnologia, assistindo vídeos já identificados como deepfake. Quando aceitamos que esse tipo de manipulação existe, conseguimos reconhecer com mais facilidade e ficamos mais atentos”, explica Oliveira.

O especialista também aconselha quem recebeu um vídeo duvidoso a confrontar a informação com outros meios de comunicação e “desconfiar de verdades absolutas”.

Além disso, o Facebook também informou que aumentou o policiamento em perfis falsos. No comunicado, o site afirmou existirem redes de perfis falsos que agem de maneira orquestrada para compartilharem informações enganosas.


Foto: Reprodução Internet - Montagem feita com deepfake

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