Passatempo de sabor
Ravi conta que entrou no mundo da culinária durante a pandemia

Passatempo de sabor

A culinária vem se tornando um hobby cada vez mais conhecido entre os mais jovens; cursos de culinária e receitas na internet permitem que cozinhar seja um passatempo prático e prazeroso

*Matéria publicada na edição 1097 da revista Revide.

Atualmente, existem diversas formas de passar um tempo livre. Assistir a algum filme, dançar, jogar bola, ler um livro são só alguns dos hobbies possíveis. A arte da culinária também pode ser considerada um passatempo. É comum que os jovens busquem por receitas na internet ou carreguem uma bagagem de conhecimentos vinda de seus familiares ou, ainda, cursos de gastronomia para aprimorar suas técnicas. Sejam elas receitas de doces, pratos calóricos ou comidas mais saudáveis, a culinária é um momento de confeccionar os próprios alimentos. 

O chef de cozinha Alejandro Blanco, idealizador e gestor do Espaço Gourmet do RibeirãoShopping, explica que a alimentação dos adolescentes está sendo corrompida devido às grandes cadeias de comida rápida. Porém, muitos adolescentes querem se alimentar bem e um dos caminhos são as aulas de gastronomia. De acordo com ele, os adolescentes normalmente querem comida gostosa, rápida e que seja prazerosa de comer. “Os molhos para massa e preparações com farinha são a base da alimentação. É um ingrediente mágico para as crianças e os adolescentes por conta da versatilidade”, destaca. Para o especialista, ensinar os mais novos a cozinharem é como ensinar a ler ou escrever, um aprendizado para toda a vida. “Comemos e bebemos todos os dias, três vezes, no mínimo”, frisa. 

Ainda segundo o chef, tudo pode ser aprendido. “Basicamente, nascemos sem habilidades e somos capazes de aprender tudo o que precisamos. Aqueles que aprendem de forma mais eficaz são os mais curiosos e determinados a adquirir conhecimento, e que aceitam seus erros tentando melhorar”, aponta. Além disso, para o chef, a teoria conta muito no aprendizado. “Você pode saber cozinhar porque aprendeu com sua mãe ou sua tia ou no restaurante da família, mas a teoria serve para mudar quando chega a um ponto de inflexão e você começa a olhar a culinária de outra forma, por exemplo, seu molho talhou, sabe como voltar? Se você sabe que seu molho é uma emulsão ou uma suspensão, muito provável que saiba como fazer esse molho ficar de novo perfeito. Para isso serve a teoria”, argumenta. 

Para o chef de cozinha, a teoria conta muito no aprendizado culinário

Respeito e gratidão

A estudante Clarissa Bonissi, de 18 anos, entrou no mundo da culinária quando era mais nova, observando sua mãe e sua avó e procurando na internet por algumas receitas. “Comecei bem novinha, por diversão. Com o tempo, resignifiquei esse ato. Hoje, meu maior objetivo é quebrar essa ideia das pessoas de que comida saudável é sem graça e incentivá-las a testar temperos e métodos de preparo para deixar o básico mais interessante”, afirma. A estudante, inclusive, criou uma conta no Instagram onde publica todas as receitas que já fez ou desenvolveu.

“Geralmente eu junto ideias que vi no Instagram de várias pessoas e ajusto à minha necessidade. Acho importante cozinharmos com legumes e frutas da estação. Então, coloco-as nas receitas compondo os sabores”, ressalta. 

Cozinhar se tornou uma paixão para Clarissa e, para ela, a relação com o alimento se faz à base do respeito. “Eu acho incrível como a natureza é capaz de nos dar alimentos tão ricos em nutrientes e em sabor. Por isso, eles devem ser tratados com reverência. Esse sentimento de gratidão faz parte do meu momento na cozinha em cada refeição”, declara. Além disso, a estudante pontua que é essencial que a comida seja feita com amor. “A nossa energia é sempre direcionada para o que cozinhamos. Com todos esses cuidados, quando saboreamos o prato, sentimos um aquele conforto, como se fosse um abraço”, acrescenta.

Clarissa conta que começou a cozinhar desde cedo por diversão, mas que, com o tempo, ressignificou o ato

Hobby para a vida

Seguindo por outra linha de comidas, o estudante Ravi Cordeiro Zampieri, de 14 anos, gosta de cozinhar doces, bolos e cookies. “Durante a pandemia, eu vi diversas receitas interessantes na internet e, como eu não tinha nada para fazer, eu fui cozinhar”, explica.

Sem nenhum curso de culinária, Ravi também tem como referência a avó. No dia a dia, apesar de cozinhar alimentos mais saudáveis, o estudante consegue incluir os doces, especialmente doces ricos em proteínas. Para Ravi, cozinhar receitas que levam queijo é sua maior dificuldade. “Eu não sou muito fã não. Evito mesmo”, diverte-se. O jovem acredita que a culinária será um hobby para toda a vida. “Para mim, é essencial que eu consiga satisfazer a fome de quem come o que eu cozinhei. Eu não tenho nenhum truque culinário, mas sempre sigo as receitas certinho”, finaliza. 


Fotos: Revide

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