Com asfalto desgastado, paralelepípedos ficam à mostra

Com asfalto desgastado, paralelepípedos ficam à mostra

Especialista confirma que nesses locais o certo não é apenas o preenchimento de asfalto e sim um estudo para ver qual a melhor saída  

O desgaste no asfalto em alguns pontos de Ribeirão Preto tem feito com que diversos buracos ressurjam com o antigo paralelepípedo. As reclamações vão além de um buraco a mais na cidade.

Não é de hoje que as ruas da cidade são problemas constantes na vida de muitos motoristas em Ribeirão Preto. Desta vez um fato tem chamado a atenção nas pessoas que trafegam nos locais. Em diversas ruas no centro e no Campos Elíseos, com destaque às Ruas Tamandaré e Camillo de Matos, têm ressurgido os famosos paralelepípedos, asfalto comum no século XX.

A prefeitura informou que a Secretaria Municipal de Infraestrutura encaminhará equipes às vias para verificar as condições e que ambas entrarão na programação emergencial da Operação Tapa-Buracos.

Como se não bastasse o transtorno, moradores reclamam pela demora no cobrimento e pela fragilidade do material. O engenheiro civil Anderson Manzoli explica que cada tipo de defeito no pavimento demanda um cuidado. Apenas cobrir o "buraco" com pavimento não funciona e é este o principal fundamento das operações tapa buraco.

“Ao fazer errado pode-se passar a falsa impressão de que está bom. Nada na construção civil funciona de forma adequada sem projeto. O correto seria primeiro mapear as ruas e avenidas em busca da quantificação e situação exata do pavimento em cada local”, diz.

O especialista diz que o paralelepípedo tem uma superfície de transporte com menos estabilidade. “Entre as vantagens deste tipo de rua está o fato de ser semipermeável, em que a drenagem ocorre de maneira momentânea. Entretanto, esta via não comporta todos os tipos de veículos. Automóveis pesados fazem com que os paralelepípedos comecem a ficar em desnível e danificam, assim, a rota”, afirma.

Manzoli fala que o asfalto convencional, por sua vez, possui uma tração melhor na freada e comporta qualquer tipo de automóvel. “É importante pensar que na hora de se decidir sobre qual atitude tomar em relação ao asfalto, deve-se haver um estudo e descobrir coisas básicas como qual transporte trafega pelo local, qual a demanda de veículos que passa no local e tantos outros. Se na via a passagem de veículos for tranquila, o paralelepípedo serve na escolha, mas se houver trânsito com veículos pesados, o correto é remover toda antiguidade e montar uma base sólida e só assim passar o asfalto. Não adianta deixar o paralelepípedo no local, como nos casos citados, por que o desgaste acontecerá da mesma maneira.”


Fotos: Pedro Gomes

 

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