Em fila, carros de Ribeirão Preto chegariam até a Bahia

Em fila, carros de Ribeirão Preto chegariam até a Bahia

Muito além da lentidão do trânsito, Dia Mundial Sem Carro é uma iniciativa que pretende reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera

Celebrado nesta terça-feira, 22, o Dia Mundial Sem Carro tem o intuito de reduzir o número de carros nas ruas, tornando o trânsito menos caótico e mais humano, além de, consequentemente, reduzir a emissão de gás carbônico (CO2) na atmosfera, incentivando a promoção da mobilidade urbana.

Em Ribeirão Preto

Para se ter uma ideia do tamanho da frota de veículos que circula diariamente em Ribeirão Preto basta analisar os dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), referentes ao mês de agosto: foram contabilizados 495 mil automóveis na cidade. Se todos estes veículos fossem estacionados em fila, atingiriam um total de 1,3 mil quilômetros – o suficiente para chegar a Salvador, capital da Bahia.

Com esta quantidade de veículos nas ruas, Ribeirão Preto possui 1,3 veículos para cada morador. Para o especialista em planejamento e gestão do Trânsito, Luiz Gustavo Corrêa – do Observatório Nacional de Segurança Viária – ,se for contabilizada a frota flutuante, o número de carros se iguala ao de habitantes.

“O Dia Mundial Sem Carros é importante para que as pessoas reflitam a situação que vivemos hoje. Ribeirão Preto já enfrenta problemas de trânsito que ainda são pontuais, mas se tornarão generalizados se algo não for feito”, alerta Corrêa.

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A escolha pelo carro faz parte da cultura brasileira. Segundo o especialista, as cidades do País, principalmente Ribeirão Preto, foram projetadas especialmente para carros. Para que os meios de transportes alternativos – bicicletas, transporte público coletivo ou mesmo à pé – passem a ser utilizados por mais pessoas, Corrêa afirma que as opções precisam ser mais atrativas. “O transporte coletivo público ainda não é interessante porque é de baixa qualidade, a ciclofaixa deveria ser trocada por ciclovias e a própria estrutura viária também precisa de melhorias”, completa.

O diretor superintendente da Transerp, empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto, William Latuf, ressalta que a cidade possui, desde 2012, o Plano de Mobilidade Urbana. “É um importante instrumento utilizado no planejamento e implementação de políticas públicas voltadas a atender, de modo satisfatório, as necessidades de mobilidade da população, bem como o desenvolvimento urbano”, destaca Latuf.

Para reduzir o número de acidentes, o superintendente da Transerp conta que a empresa desenvolve atividades na área de trânsito. No primeiro semestre de 2014, o número de acidentes de trânsito era de aproximadamente 6,9 mil – sendo 2% de atropelamentos. “Ribeirão Preto necessita de um trânsito mais humano. Para isso, dependemos da mudança de atitude de todos os envolvidos, sejam condutores, passageiros, ciclistas ou pedestres, pois o trânsito é uma questão de cidadania que está presente no cotidiano de todos nós”, conclui.

Curiosidade

Um carro flex (movido a Etanol e Gasolina), ano 2015, que percorra 10 mil quilômetros em um ano, lança na atmosfera 1.02 tonelada de CO2, um dos principais gases causadores do efeito estufa. A média nacional de emissão de gás carbônico per capita, segundo dados do Banco Mundial, é de 2,23 toneladas.

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Bruno Silva
Arte: Lucas Chaibub

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