Casos de violência contra a mulher crescem 34% em Ribeirão Preto
A cada dois dias, uma mulher é vítima de violência em Ribeirão, segundo Patrulha Maria da Penha

Casos de violência contra a mulher crescem 34% em Ribeirão Preto

Dados são relativos aos atendimentos da Patrulha Maria da Penha

Os casos de violência contra a mulher aumentaram 34% em Ribeirão Preto neste ano, em comparação a 2018. O percentual é relativo aos atendimentos realizados no programa Patrulha Maria da Penha. De janeiro até outubro deste ano, foram 189 casos –que incluem assistência à mulheres e também boletins de ocorrência registrados–, contra 141 em todo o ano passado.

O projeto é fruto de um termo de cooperação ao combate à violência doméstica no município, assinado pela Prefeitura de Ribeirão, Ministério Público e Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A Guarda Civil Metropolitana é a responsável pelos atendimentos. “O aumento dos atendimentos se dá mais pelo aumento da confiança das mulheres em denunciar do que, de fato, pelo aumento da violência”, explica Mônica da Costa Noccioli, superintendente da Guarda. Ela destaca ainda que a atuação da Patrulha também inspira segurança para que mais e mais vítimas denunciem seus agressores.

“A Patrulha Maria da Penha atua na proteção, prevenção, monitoramento e acompanhamento das mulheres vítimas de violência que já possuem medidas protetivas de urgência. A medida é expedida pelo Poder Judiciário e encaminhada diretamente para a patrulha, que insere as vítima nas rotinas de acompanhamento, que consistem em uma primeira visita, rondas periódicas no entorno de suas residências, e atendimento via telefone, caso necessário”, diz Mônica. Hoje, são 120 guardas que atuam no projeto.

Apesar de ainda não representar todos os casos registrados em Ribeirão Preto, os atendimentos na Patrulha são um reflexo da situação vivida por mulheres vítimas de violência na cidade.

Apesar do crescimento da Patrulha Maria da Penha, o caminho para a diminuição de casos de violência contra a mulher ainda é grande. De acordo com Maria Paula Panúncio-Pinto, professora doutora da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto e presidente da Comissão de Direitos Humanos da FMRP – USP, “outra coisa bem importante que esses dados sociais nos dizem é que, mais do que atender aos casos que já são reais, já chegaram para notificação e que as mulheres já estão sendo, de alguma forma, atendidas e orientadas, precisamos de políticas afirmativas para prevenir, sensibilizar e educar, diz.

"A violência contra a mulher no mundo é um tema de grande interesse, os índices são elevados, e é preciso que gestores e ONG’s se integrem para falar sobre o assunto. São duas frentes: temos que atuar em políticas afirmativas para educar, sensibilizar e prevenir, e políticas de acolhimento de vítimas e também agressores, porque todo mundo precisa de algum tipo de abordagem nesses casos.”

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Imagem: Pixabay (Ilustrativa)

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