Serviço contra violência doméstica orienta denúncia e canais de apoio em Ribeirão
Informações foram reunidas em cartilha para ajudar mulheres vítimas de violência, principalmente durante quarentena
Idealizada antes da pandemia do novo coronavírus, foi lançada, nesta semana, a cartilha “Mulher, vire essa página”, que traz informações fundamentais para a identificação e o combate à violência doméstica, além de canais de denúncia e serviços de apoio existentes na cidade. Segundo a juíza Carolina Moreira Gama, do Anexo de Violência Doméstica e Familiar de Ribeirão Preto contra a Mulher, uma das coordenadoras do projeto, a edição ganhou maior importância nesse momento de distanciamento social. “Na pandemia, as mulheres ficaram ainda mais perdidas e necessitadas dessas informações. Algumas estão com dificuldade de serem vistas por familiares, por vizinhos e por pessoas que antes ajudavam e alertavam sobre a violência, porque estão reclusas”, aponta.
Assim como no restante do Brasil, Ribeirão Preto apresenta números preocupantes de violência contra a mulher. No ano passado, o país registrou o assassinato de 1.314 mulheres em crimes de ódio ao gênero feminino. Na cidade, a média é de 100 medidas protetivas e 100 inquéritos policiais ao mês. No Anexo da Violência Doméstica há, aproximadamente, 6.000 processos judiciais em andamento. “São números expressivos, mas que também nos garantem que os serviços estão sendo acionados. No início da pandemia, ficamos assustados quando esses índices caíram, porque isso não reflete que a violência não ocorre, mas que essa mulher não estava conseguindo saber que os serviços estavam ativos”, explica Carolina.
A juíza lembra que a violência doméstica não se trata apenas com a parte criminal. “Essa é a importância de investirmos tanto em serviços de acolhimento, em serviços psicológicos, inclusive na reeducação do ofensor”, ressalta, fazendo uma referência ao Núcleo de Atendimento Especializado à Mulher (NAEM), equipamento ligado à Secretaria de Assistência Social que oferece, entre outros, atendimento psicossocial a mulheres com ou sem Boletim de Ocorrência e/ou Medida Protetiva. “Nesse ponto, temos que saudar o pioneirismo da Prefeitura que, pouco tempo depois de criar o NAEM, desenvolveu o SERAVIG, o serviço de reeducação do ofensor, que tem se mostrado essencial para o enfrentamento da violência doméstica”, conclui.
A cartilha “Mulher, vire essa página” é resultado do esforço conjunto e do trabalho colaborativo do Anexo de Violência Doméstica e Familiar de Ribeirão Preto, Defensoria Pública do Estado de São Paulo, NAEM e Grupo de Pesquisa em Crimonologia (com foco na temática da violência de gênero) da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), com design gráfico e ilustrações do Projeto Efêmera. O material foi disponibilizado, inicialmente, em meio eletrônico, mas os organizadores estão em busca de parcerias para viabilizar a impressão da cartilha e fazê-la chegar a locais e mulheres que precisam desse recurso em meio impresso.
A cartilha pode ser acessada pelo link: https://www.yumpu.com/pt/document/read/63403533/cartilha-maria-da-penha
Confira, a seguir, os canais de atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica:
- Urgência e Emergência
Ligue na Polícia Militar (190 ou 3632-4747) ou Guarda Civil Metropolitana (153)
- Delegacia de Defesa da Mulher
Av. Costábile Romano, 3230 – Nova Ribeirânia
Tel.: (16) 3610.4499
E-mail: [email protected]
Horário de funcionamento: de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h
- NAEM
Rua João Arcadepani Filho, 400 – Nova Ribeirânia
Tels.: (16) 3636.3311 e 3603.1199
E-mail: [email protected]
Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h
- Defensoria Pública
Formulário disponível no site: www.defensoria.sp.def.br
Whatsapp: (11) 94220.9995
Tel.: 0800.773.4340
Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h
- Anexo de Violência Doméstica
Prédio do Fórum – atendimento de segunda à sexta-feira, das 12h30 às 19h
E-mail: [email protected]
Foto: Pixabay (Imagem ilustrativa)
